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Dentro e fora da sala de aula: escrevemos nossa história

Por Susana Machado (*) | 15/07/2017 14:23

Sinto-me extremamente honrada por ter sido a primeira brasileira a ser premiada com a "Resolution Fellowship", na sede da Organização das Nações Unidas – ONU, em Nova Iorque (EUA). Participei do Social Venture Challenge, uma competição de múltiplas etapas, on-line e presenciais, para a seleção de projetos que representem iniciativas inovadoras e de impacto social, propostos por jovens universitários.

Fiquei muito feliz e vejo essa premiação como um incentivo para que nós, jovens, pratiquemos mais ações que mobilizem a comunidade a buscar soluções para os problemas que afetam o nosso país, mas que também não se restringem a ele. Meu projeto se destina a adolescentes de 13 a 17 anos, que estejam em situação de risco social, como os órfãos, e visa ao desenvolvimento do autoconhecimento e das habilidades necessárias para o mundo de hoje. Este projeto representa um esforço na direção de atender ao décimo Objetivo do Desenvolvimento Sustentável – reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles – proposto pela Agenda de 2030, da ONU.

Para retratar a minha trajetória e o meu preparo para enfrentar os desafios de implantar o meu empreendimento social "Write Your Future", ou "Escreva o seu Futuro" (em português), recordo-me do Ensino Médio no Colégio Pentágono e das oportunidades que vivi neste ambiente de aprendizado.

O Colégio Pentágono me ofereceu importantes estímulos para transformar a minha atitude de estudante que assiste às aulas para uma pessoa que gosta de responder a questões sobre o mundo e a vida. Tive professores questionadores, que plantaram a curiosidade em minha mente e a vontade de atuar no cenário político-social. Gosto de lembrar que nunca uma boa resposta era o final de uma pesquisa.

Adquiri muita bagagem nos dois anos que cursei o IFY – Internacional Foundation Year, um programa internacional de preparação para ingressar em universidades estrangeiras, que engloba desde habilidades de comunicação e estratégias de aprendizagem, até culturas. Tinha nove aulas de Inglês por semana, no período da manhã e da tarde, com professores nativos, o que foi essencial para o desembaraço com a língua.

O que me marcou, também, foram as oportunidades de debater os problemas atuais e tentar encontrar, por meio do diálogo e de negociações, soluções viáveis para os desafios latentes da nossa realidade. Comecei a perceber o impacto que as decisões tomadas, em nível local e global, tem no nosso dia-a-dia, direta e indiretamente. Assim, passei a cultivar um enorme sentimento e vontade de deixar minha contribuição para o mundo. Apenas no Ensino Médio, participei de oito Simulações das Nações Unidas e governamentais, como o Fórum FAAP, o Harvard Model Congress Latin America e o FEP – Fórum Estudantil do Pentágono. Além de menções honrosas, certificados e troféus, meu maior prêmio sempre foi tudo o que eu aprendi e as pessoas incríveis que tive a chance de conhecer, e das quais sou amiga até hoje.

Garra, constância, curiosidade e determinação. Essas são as palavras que me fazem recordar dos quatro anos no Colégio Pentágono. Unir as atividades extracurriculares ao currículo do Ensino Médio sempre foi um desafio e continua sendo até agora na Universidade Estadual Paulista (UNESP), em que curso o segundo ano de Relações Internacionais. Por isso, os professores que tive foram meus grandes exemplos e minha fonte de motivação. Mesmo cansados, nunca desanimavam e nem perdiam a vontade de ensinar, tirar dúvidas, conversar sobre outros assuntos. Isso só demonstra o encorajamento que tive para alcançar muito além do que o resultado que uma prova traria.

Como a escola faz isso?

Do meu ponto de vista, no dia a dia, por meio de professores capazes e com liberdade de pensar e falar, que trazem diversas opiniões e debates para a sala de aula. Além do suporte ao aluno para sempre buscar novos desafios, em diversas áreas que o interessem.

Existem lembranças impossíveis de ser colocadas no papel, mas a ideia que me vem à mente é que a escola é um ambiente especial que pode ampliar nossa visão de mundo, desenvolvendo nossas capacidades para encontrarmos o próprio caminho.

Sinto saudades desses anos e muita gratidão.

(*)Susana Machado, ex-aluna do Colégio Pentágono e estudante do curso de Relações Internacionais da Unesp de Franca.

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