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O problema não é investir em Cuba, mas sim a infidelidade dos cubanos

Marco Asa | 30/01/2014 13:38

Todo mundo deve estar se perguntando: quais são os motivos de se investir US$ 1 bilhão em um porto e uma zona franca em Cuba? Trata-se de uma estratégia do governo. Os futurólogos Rasputins do governo Dilma acreditam que os embargos impostos pelos EUA à ilha de Fidel vão cai e, então, como a ilha fica no quintal dos americanos, o Brasil poderá utilizar Cuba como uma plataforma de exportação privilegiada.

Dilma aposta que os industriais brasileiros vão querer investir em indústrias cubanas de exportação e ganhar dinheiro com os americanos. Pois bem, vamos aos fatos:

- Você, industrial brasileiro, que já sofre com as regras frágeis e impostos brasileiros, arriscaria seu rico dinheirinho em investimentos em uma país que se diz comunista, cujas regras dependem do humor da família Castro? Eu não!

- Não seria mais fácil investir-se em um novo porto na ZONA FRANCA DE MANAUS, que já existe e é nossa? O Porto de Manaus é um dos mais bagunçados do Brasil, com plataformas improvisadas e cais que são verdadeiras palafitas. US$ 1 bilhão ali cairia tão bem...

- Por que estamos esperando o embargo americano cair para fazer negócio com a terra de Obama, se fugimos como o diabo foge da cruz quando se falou em um mercado livre incluindo os Estados Unidos? Cuba pode se vender aos EUA, ou Brasil não?

- Nosso maior porto, o de Santos, enfrenta um problema seriíssimo de falta de acesso. Eu já passei quatro horas para percorrer os 70 quilômetros de serra entre São Paulo e Santos porque os caminhões não tinham para onde ir. Estavam em uma fila quilométrica para descarregar no porto. E não há um pátio descente para que os caminhoneiros descansem até que chegue seu momento de encostar em um navio. US$ 1 bilhão cairia como uma luva ali...

- Por fim (e o mais importante) vem a infidelidade dos cubanos. Sim, pois uma certa parte do governo acredita, de forma romântica, bonita até, que estão ajudando a revolução, que o porto e a zona franca de Havana serão a redenção econômica de um país símbolo da resistência ao capitalismo maldito dos yankees. De uma certa forma, será mesmo, e Dilma e o PT serão lembrados nos livros de história de Cuba. Mas, não se engane. Os cubanos não “amam” os brasileiros. Pode olhar nas ruas de Cuba. Dentre os (poucos) carros novos importados, quase não há nenhum brasileiro. Tudo vem da Ásia ou da Venezuela. Aliás, assim como na terra de Chavez, os cubanos não amam o futebol brasileiro. Eles estão “obrando” para o Neymar. Eles gostam mesmo é do bom e americano basebol. Quando o mercado de resorts cubano se abriu ao mundo, quem eles foram buscar? Os empresários brasileiros? Não! Os espanhóis. Aliás, os empresários espanhóis são mais presentes em Cuba que os brasileiros.

Então, não se engane: na escala de valores dos cubanos, os brasileiros aparecem atrás de venezuelanos, espanhóis, americanos e algum outro povo que eu saiba. Somos bons para dar dinheiro. Afinal, somos ricos. Aliás, falando em dinheiro, se o financiamento é do BNDES, como e quando será pago? Ou é doação?

(*) Marco Antônio dos Santos Araújo, Marco Asa, é jornalista, publicitário e escritor. Contato pelo e-mail marcoasa2003@hotmail.com

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