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PIM: os desafios que ainda temos pela frente

Por Luciano Medeiros (*) | 02/04/2012 13:37

Um dos maiores e mais modernos complexos industriais da América Latina, o Pólo Incentivado de Manaus (PIM), que teve origem na Zona Franca de Manaus (ZFM), acaba de completar 45 anos, mas com muitos desafios pela frente.

O complexo gera mais de meio milhão de empregos diretos e indiretos e movimentou R$ 68 bilhões em faturamento empresarial no ano passado. Esse valor é quatro vezes maior do que o registrado há dez anos.

Com 1,8 milhão de habitantes, Manaus é o sexto município em arrecadação de tributos no país, o que pode parecer um contrassenso no que muitos enxergam como “paraíso fiscal”. O volume de tributação gerado pela ZFM representa hoje mais de 50% dos impostos federais arrecadados na Região Norte.

Considerado o principal vetor de desenvolvimento para a região e para o Amazonas, a participação do PIM no fortalecimento da indústria nacional e na produção de riquezas do país é incontestável.

O complexo de indústrias tem cerca de 550 empresas de alta tecnologia, o que coloca Manaus entre as 20 melhores cidades brasileiras para se fazer negócio. Mesmo com recordes de faturamento, o complexo tem muitos problemas a enfrentar, como sua ampliação e atualização, já que o governo federal prometeu prorrogar os benefícios da Zona Franca por mais 50 anos.

Diante desse cenário, precisam ser traçadas perspectivas de crescimento e planos para o futuro. A região tem pela frente o desafio de confirmar a eficiência na administração dos incentivos fiscais e na elevação do nível de emprego e geração de renda. Com isso, surge a necessidade de se reavaliar a taxação das indústrias da área e os incentivos fiscais concedidos, que é seu principal atrativo.

O investimento na vocação local, como a fabricação de produtos à base de recursos naturais (extratos para bebidas, cosméticos e fitoterápicos) pode levar a extensão da ZFM para os demais municípios da Região Metropolitana de Manaus. Sem falar que há ainda potencial para negócios relacionados aos setores naval, madeireiro, de papel, vestuário, calçados, produtos alimentícios, material têxtil, imobiliário, beneficiamento de borracha, ótico e de brinquedos.

Não podemos deixar de citar que ainda será preciso aumentar o nível de produtividade e de competitividade das empresas, ampliar a aplicação dos lucros na própria região e, principalmente, capacitar mão de obra.

Paralelamente aos muitos desafios da ZFM estão as deficiências inerentes a toda região que segue rumo ao crescimento, tais como transporte, energia, infraestrutura, saúde, educação, mobilidade urbana, abastecimento de água, habitação e navegação fluvial. O momento é ideal não para o desânimo, mas, sim, de entusiasmo para a construção de condições que sirvam como base para que as enormes perspectivas de crescimento da região se consolidem de fato.

(*) Luciano Medeiros é sócio da KPMG no Brasil e responsável pelo escritório de Manaus

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