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Profissão: homem

Por Heitor Freire (*) | 01/07/2014 08:56

Profissão é o ato ou efeito de professar. Declaração de uma crença, sentimento, opinião ou modo de ser. Quase sempre se associa este termo à atividade profissional das pessoas. Mas ele tem uma conceituação mais ampla como se vê no trecho acima, não se restringindo à questão profissional em si; o significado que enfoco é o de modo de ser.

É dentro dessa conceituação que situo o artigo de hoje.

Quando Deus concebeu o homem e depois a mulher, criou-os como um projeto original, com características intrínsecas que os tornam únicos. O homem é a medida de todas as coisas (Protágoras), que nasce livre e como não dispõe de um manual para orientar a sua encarnação, acaba sendo influenciado pelo meio em que vive, o que o leva a ignorar a sua condição primeira: a originalidade. Não há ninguém igual ao outro, pode ser parecido, pode ser semelhante, mas cada um é único.

Sobre o seu próprio corpo e mente, o indivíduo é soberano. E essa característica é que confere ao ser humano a capacidade de se manifestar com sua maneira própria de ser.

Cada um na sua individualidade, com sua competência, no seu nível. Individualidade que decorre dessa sua condição primeira; competência é o somatório de tudo que aprendeu, realizou e confirmou, e nível é sua localização no contexto geral das coisas. Assim, quando uma pessoa entende as características que compõem o seu espírito, não irá se comparar com ninguém.

Eu me comprazo em ser homem. Entendo a minha natureza intrínseca que me confere a condição única de me manifestar como sou: homem, masculino, macho. A minha mãe sempre me contava que a maior alegria da sua vida, até então, foi o dia do meu nascimento, ter um filho homem. Foi para ela um dia de glória. E para mim também.

Eu levo muito a sério a minha condição. Gosto do que sou e como sou. E esse gostar vai me permitindo uma constante satisfação. Principalmente em relação a esse ser maravilhoso, inefável, mágico, intrigante que é a mulher. Sou casado há 51 anos e ao longo desse período fui descobrindo quantas mulheres se revelaram para mim por intermédio da Rosaria, minha mulher.

Desde então convivo com um universo feminino: sou pai de sete filhas. Cada uma delas com suas características, das quais me sinto como o sol no centro de um sistema solar particular. É um universo inteiro à minha disposição e que me proporcionaram 12 netos: oito meninos e quatro meninas.

Como sou muito cioso da minha condição masculina, vou contar um pequeno episódio acontecido com o meu neto Eduardo, filho da Andréa (a segunda das sete) e do Belchior, na época com quatro anos. Ele estava em nossa casa, quando disse que iria ao banheiro fazer xixi. Eu lhe disse que homem faz pipi, mulher faz xixi (é só observar o som onomatopéico da mulher ao urinar, é xiiiii).

Ele então observou que o seu pai lhe disse que era xixi. Eu contra argumentei: “na sua casa, então, você faz xixi, aqui na minha casa, você faz pipi”. Ele me olhou e do alto de sua sabedoria precoce afirmou: “eu vou mijar”. Questão encerrada.

É só para exemplificar a minha consciência como membro ativo da confraria masculina.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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