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Roubo de cargas: altos números assustam profissionais do meio

Por Marcos Guilherme D. Cunha (*) | 12/07/2015 09:00

É crescente o número de notícias sobre roubo de cargas no Brasil. Para se ter uma ideia de quão grave é o problema, a Secretaria Estadual de Segurança Pública divulgou que o roubo de cargas foi um dos crimes que mais cresceu, tanto na capital quanto no Estado de São Paulo. E o problema não afeta apenas São Paulo. O roubo de cargas, no Brasil, cresceu 16% em um ano, e as quadrilhas estão atacando também dentro das cidades. O levantamento foi feito pela Associação das Transportadoras em 2014. Dos 17 mil casos registrados, 85% foram no Sudeste. Só no Rio de Janeiro, o aumento foi de 66%.

Há muito tempo, o Brasil sofre com a fragilidade do sistema de segurança pública. Um dos crimes mais cometidos nos últimos tempos têm sido o roubo a cargas. Isso fatalmente desestabiliza a economia. O planejamento logístico de nosso país passa por nossas estradas e rodovias. Para ratificar isso, basta observarmos o levantamento da CNT - Confederação Nacional do Transporte, de 2014, que concluiu que os roubos de cargas provocaram prejuízos superiores a R$ 1 bilhão.

Os roubos em estradas e rodovias vêm ocorrendo também em escala crescente no transporte de valores. Geralmente, os crimes acontecem com armamento pesado e através de ações extremamente violentas. Este fato dá fortes indícios de que os assaltos a carros-forte em estradas estão intrinsecamente ligados ao financiamento do roubo de cargas especiais, e até de outras modalidades de crime. É notório que os governos estadual e federal não têm meios de ajudar, de forma acentuada, no combate eficiente e na erradicação deste tipo de crime. Porém, deve fornecer meios inteligentes para que a inciativa privada, por intermédio das empresas de transporte de valores e de cargas especiais, possa coibir este tipo de ação.

Para isso acontecer de fato, é preciso haver uma legislação para área de segurança privada mais moderna e atualizada que discuta, por exemplo, conceitos como o nível de blindagem dos veículos de valores e de cargas especiais que circulam em estradas, que deveria ser equivalente ao dos veículos blindados militares. O tema é mais complexo do que parece, ainda mais por causa da burocracia brasileira.

Nosso país vive uma crise econômica grande. Como afirmei acima, o roubo de cargas traz prejuízos irreparáveis para o Brasil. O investimento em alta tecnologia e segurança feito pelas empresas de transporte de valores, no segmento de transporte de cargas especiais, vai gerar redução do índice de perda de cargas e eliminará os custos com gerenciadoras de risco, tornando a logística mais eficiente à medida que reduz a burocracia e estabiliza, ou até mesmo diminui, o preço do frete. Isso proporciona uma contribuição importante para a economia nacional. Ações devem ser tomadas, caso contrário, as estatísticas continuarão aumentando.

(*) Marcos Guilherme D. Cunha é diretor geral da Transvip Brasil.

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