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Ubiratã, a madeira dura

Por José Tibiriçá Martins Ferreira (*) | 05/02/2016 11:16

Até hoje não sei quem deu o nome de UBIRATAN ao time de futebol de Dourados, denominado Ubiratan Esporte Clube. Em tupi-guarani significa madeira dura, talvez um nome idealizado para ser duro contra seus adversários.

Assim ele foi por muito tempo em épocas do futebol amador, vice-campeão do estado por várias vezes, pois não conseguia ser campeão pois existia o Marítimo de Ladário - Corumbá que sempre foi forte, tendo ali muitos jogadores pertencentes à Marinha, oriundos da cidade do Rio de Janeiro.

Foi fundado em 5 de fevereiro de 1947, quase septuagenário, seu uniforme é composto de camisa preta com detalhes amarelos, calção preto e meias pretas. Obteve muitas glórias na época do amadorismo, tornou-se profissional, ganhou vários títulos também, mas aos poucos surgiram as dívidas e consequentemente a sua decadência. É lamentável que seu patrimônio construído com a ajuda de colaboradores, amantes do esporte, desportistas foi delapidado pelos maus administradores que por ali passaram.

Tinha muitos sócios e não se sabe o que foi feito com os títulos dos quais fui um. Muitos de seus sócios antevendo o caos o abandonou. Naquela época existia o futebol arte, a rivalidade entre os leoninos e os obreiros que lotavam o Estádio Napoleão Francisco de Souza. A empolgação foi tanta que construíram um estádio para o Ubiratã, houve promessa de trazer o Santos Futebol Clube que estava no auge na década de 60 para inaugurá-lo.

Hoje o time praticamente vive de saudosismo, uma vila com o seu nome surgiu ao lado e ao lado do campo de futebol existe um salão de eventos onde nos finais de semana, principalmente nas domingueiras acontecem somente bailes e não sabemos para onde vai o dinheiro arrecadado. Caso para os vereadores de nossa cidade investigarem via CPI. O Leão da Fronteira perdeu a maior parte do seu patrimônio para a União, a terceiros, onde estão instaladas várias lojas, uma delas vende produtos oriundos de Portugal.

O rival do pau forte, o Operário está um pouco pior, o seu ginásio coberto foi destruído, parte de sua estrutura roubada e o terreno também confiscado pelo INSS e anos atrás servia de lugar para os mendigos dormirem. Teve péssimos administradores também e seu pequeno patrimônio diluiu com o tempo e no local foram construído apartamentos para moradia.

A LEDA – liga esportiva douradense onde aconteciam as peladas dos times amadores, ainda está em pé, mas é um mau cartão de visita para quem chega de fora. Não sabemos até quando no local haverá jogos.

(*) José Tibiriçá Martins Ferreira é advogado e produtor rural

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