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Cidades

Chamado de "corno", policial preso por feminicídio bate em colega após futebol

Provocações teriam começado durante partida de futebol, no Presídio Militar; Lúcio Queiroz Silva está preso por duplo homicídio

Silvia Frias | 14/10/2020 09:20
Policial militar ambiental Lúcio Roberto Silva, preso por crime de feminicídio (Foto/Reprodução)
Policial militar ambiental Lúcio Roberto Silva, preso por crime de feminicídio (Foto/Reprodução)

Discussão durante partida de futebol acabou em agressão entre dois policiais militares, detidos no PME (Presídio Militar do Estado), em Campo Grande. Um deles é Lúcio Roberto Queiroz Silva, 37 anos, réu por ter matado a tiros a esposa e homem que acreditava ser amante dela.

A briga aconteceu durante partida de futebol, envolvendo o policial militar ambiental Lúcio Queiroz Silva e o policial Rafael Leguiça Flores, 31 anos.

Os dois prestaram depoimento à Corregedoria da PM (Polícia Militar) e Lúcio Roberto Silva passará por audiência de custódia hoje.

Nos depoimentos, os dois confirmam que a discussão começou no jogo, mas diferem sobre o estopim para as agressões.

Lúcio diz que foi provocado durante todo o jogo e, no fim, quando passou pelo portão, foi chamado de “corno” diversas vezes, além de outros xingamentos. A briga começou e eles foram separados pelos outros internos. Depois ele voltou para confrontar Flores, sendo novamente retirado, desta vez pelos guardas.

O policial ambiental diz que as provocações de Flores são recorrentes, nunca tinha revidado, mas reagiu desta vez ao ser chamado de “corno”.

Flores confirma a discussão durante o jogo, que foi chamado de “ladrão”. Reconhece ter chamado Silva de “filho da p...”, mas diz não se lembrar se o chamou de “corno”. Depois que acabou o jogo e estavam descendo para o pátio, disse ter percebido que o PMA ainda estava exaltado e, por isso, deixou ele sair na frente e ainda ficou um tempo no pátio.

Pouco depois, Lúcio Silva retorna com cabo de vassoura na mão para agredi-lo. Segundo Flores, veio o primeiro golpe, mas, conseguiu se esquivar e foi para trás de uma mesa.

Para se defender, diz ter empurrado a mesa em direção ao agressor, que também se esquivou e conseguiu acertar golpe de cabo de vassoura no cotovelo direito e na mão esquerda.

Depois disso, veio outro golpe, desta vez, na cabeça. Atordoado, Flores caiu no chão, sentado, tonto e com visão turva. Ele foi socorrido e levado ao Hospital da Cassems, sendo submetido a tomografia e medicado. O policial disse temer pela vida, já que o crime imputado ao colega é grave e Silva "não teria nada a perder".

Crimes – No dia 5 de outubro de 2019, o policial ambiental Lúcio Roberto Queiroz Silva matou a tiros a esposa, Regianni Rodrigues Araújo, 32 anos, e o corretor de imóveis Fernando Enrique Freitas, 31 anos.

Os crimes aconteceram na frente de familiares das vítimas. O policial e Regianni foram casados por 12 anos. O militar acreditava que a esposa o estava traindo.

Rafael Flores foi condenado por peculato e falsidade ideológica, referente a fato ocorrido no dia 4 de setembro de 2019. Na acusação, o MPMS (Ministério Público de MS) o denunciou por apropriação de materiais eletrônicos, contrabandeados do Paraguai e que foram apreendidos durante fiscalização.

Anteriormente, esta reportagem informava que ele era réu em processo de facilitação de contrabando de cigarro paraguaio, em investigação iniciada pela PF (Polícia Federal), na Operação Trunk. No processo, consta que ele foi absolvido dessa acusação, restando apenas a condenação acima citada.

#matéria atualizada e corrigida no dia 15/10/2020, às 10h18.

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