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Cidades

Em 10 anos, Mato Grosso do Sul registrou 230 ocorrências aéreas, com 24 mortes

Nos acidentes, fatores mais recorrentes foram: perda de controle em voo, excursão de pista e falha de motor

Por Clara Farias | 20/09/2025 14:29
Em 10 anos, Mato Grosso do Sul registrou 230 ocorrências aéreas, com 24 mortes
Avião destroçado após queda, em Iguatemi (Foto: Reprodução/PCMS)

Entre 2015 e 2025, Mato Grosso do Sul registrou 230 ocorrências envolvendo aeronaves da aviação civil, segundo levantamento do Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Do total, 112 foram incidentes, 77 acidentes e 41 incidentes graves. Entre essas ocorrências, 17 foram fatais, resultando em 24 mortes ao longo da década. O caso mais recente, que vitimou o médico e pecuarista Ramiro Pereira de Matos, de 67 anos, ainda não foi contabilizado.

RESUMO

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Mato Grosso do Sul registrou 230 ocorrências aéreas entre 2015 e 2025, incluindo 112 incidentes, 77 acidentes e 41 incidentes graves, segundo o Sipaer. Destas, 17 foram fatais, resultando em 24 mortes. As causas mais comuns de acidentes foram perda de controle em voo, excursão de pista, falha de motor e operações em baixa altitude. Fatores humanos, como desempenho técnico e aspectos psicológicos, contribuíram para a maioria dos casos. Os incidentes mais frequentes foram falhas em sistemas, colisões com aves e falhas de motor. Incidentes graves envolveram principalmente excursão de pista e falha de motor. Casos notórios incluem o pouso forçado do avião com Luciano Huck e Angélica em 2015 e a queda do avião pilotado pelo médico Ramiro Pereira de Matos em 2025. Investigações da Aeronáutica e da Polícia Civil buscam esclarecer as causas e responsabilidades, visando a prevenção de futuros acidentes.

No setor de aviação, os termos “acidente”, “incidente” e “incidente grave” têm definições específicas que ajudam a categorizar cada ocorrência. Acidente é toda ocorrência envolvendo uma aeronave tripulada, desde o momento em que alguém embarca com a intenção de voar até o desembarque, que resulta em morte, lesões graves ou danos significativos à aeronave.

Já o incidente é uma ocorrência ligada à operação da aeronave que afeta ou pode afetar a segurança do voo, mas que não resulta em mortes, lesões graves ou danos significativos. O incidente grave, por sua vez, envolve circunstâncias que indicam um elevado risco de acidente, ainda que não haja vítimas ou danos relevantes. A principal diferença entre incidente grave e acidente está, portanto, nas consequências finais da ocorrência.

Os registros mostram variações ao longo dos anos. Em 2015 e 2016, ocorreram cinco acidentes em cada ano, sendo um deles fatal. Em 2017, foram seis acidentes, dois fatais, resultando em quatro mortes. Em 2018, o número subiu para 11 acidentes, com três deles fatais, totalizando três óbitos. Já em 2019, ocorreram sete acidentes, dois fatais, causando duas mortes.

O histórico segue com sete acidentes em 2020 (um fatal, uma vítima), nove em 2021 (dois fatais, três vítimas), cinco em 2022 (um fatal), dez em 2023 (um fatal), sete em 2024 (um fatal, duas mortes) e, até setembro de 2025, já são cinco acidentes, dois deles fatais e duas mortes confirmadas.

Em 10 anos, Mato Grosso do Sul registrou 230 ocorrências aéreas, com 24 mortes
Detalhes de operações aéreas (Imagem: Reprodução Sipaer)

Causas mais comuns - Nos acidentes, os fatores mais recorrentes foram: perda de controle em voo (15 casos), excursão de pista (11), falha de motor (11) e operações em baixa altitude (11). Já entre os incidentes, 46 deles foram falhas ou mau funcionamento de sistemas; 36 colisões com aves; quatro falhas de motor; quatro excursões de pista e duas perdas de controle no solo.

Nos incidentes graves, 13 envolveram excursões de pista; nove, falhas de motor; sete, falhas de sistemas; sete, perdas de controle no solo; e quatro, operações em baixa altitude.

Fatores contribuintes - Segundo o Sipaer, em 46,3% dos casos em Mato Grosso do Sul, o fator contribuinte foi o desempenho técnico do ser humano (31 ocorrências). Outros 34,3% (23 casos) tiveram como aspecto principal fatores psicológicos. Questões ligadas ao ambiente operacional corresponderam a 9% dos registros; infraestrutura aeroportuária a 4,5%; e manuais técnicos ou “outros” a 1,5% cada.

Em 10 anos, Mato Grosso do Sul registrou 230 ocorrências aéreas, com 24 mortes
Acidente com táxi aéreo que transportava Angélica e Luciano Hulk, em fazenda perto de Campo Grande. (Foto: Fernando Antunes / Arquivo Campo Grande News)

Entre os acidentes mais lembrados, está o pouso forçado do avião que levava os apresentadores Luciano Huck e Angélica, em maio de 2015. A aeronave EMB-820C Carajá, prefixo PT-ENM, perdeu potência em um dos motores durante a descida para Campo Grande e fez pouso de emergência em uma fazenda em Rochedo. Os dois pilotos e os sete ocupantes tiveram apenas ferimentos leves.

Já em setembro de 2025, duas ocorrências voltaram a chamar a atenção: a queda do avião pilotado pelo médico Ramiro Pereira de Matos, 67 anos, em condições meteorológicas adversas, e outro acidente em Corumbá, registrado dias antes.

A investigação conduzida pela Aeronáutica busca identificar os fatores que contribuíram para o acidente, levantando hipóteses e apontando medidas de prevenção para evitar novas ocorrências. Já a investigação da Polícia Civil tem como objetivo identificar as causas e eventuais responsabilidades.

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