ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, QUARTA  25    CAMPO GRANDE 

Cidades

Governo autoriza que hospitais privados troquem dívidas por atendimentos no SUS

Iniciativa prevê abatimento de até R$ 2 bilhões por ano; hospitais sem dívidas também poderão aderir

Por Jhefferson Gamarra | 24/06/2025 14:58
Governo autoriza que hospitais privados troquem dívidas por atendimentos no SUS
Coletiva de imprensa para apresentação das estratégias do Agora Tem Especialistas (Foto: Rafael Nascimento/MS)

O Governo Federal anunciou nesta terça-feira (24) um programa que autoriza hospitais privados e filantrópicos a quitarem suas dívidas com a União por meio da prestação de atendimentos, cirurgias e exames a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). A medida, que faz parte do programa “Agora Tem Especialistas”, busca reduzir as filas e o represamento de atendimentos, agravado desde a pandemia de covid-19.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Hospitais privados e filantrópicos poderão quitar dívidas com a União oferecendo atendimentos pelo SUS. O programa “Agora Tem Especialistas” visa reduzir filas e o represamento de atendimento pós-pandemia, destinando R$ 2 bilhões anuais para a iniciativa. Instituições sem dívidas podem aderir via créditos tributários, com limite de R$ 750 milhões anuais. A expectativa é que os atendimentos comecem em agosto, com abatimento das dívidas a partir de 2026. O programa prevê até 4,6 milhões de consultas e 9,4 milhões de exames por ano. Hospitais interessados devem se cadastrar no site da Fazenda. O abatimento será parcial, variando de 30% a 50% da dívida, e inclui carência e redução de juros. O governo anunciou ainda investimentos em saúde da mulher e radioterapia.

Ao todo, o governo destinará até R$ 2 bilhões por ano para o programa, que permitirá a essas instituições abaterem parte de seus débitos tributários mediante a realização de serviços de saúde especializados. Para hospitais que não tenham dívidas, haverá a opção de adesão por meio da concessão de créditos tributários para abatimento de impostos que poderá chegar a R$ 750 milhões por ano.

A expectativa do Ministério da Saúde é que os primeiros atendimentos por meio da troca entrem em operação a partir de agosto deste ano. O abatimento das dívidas será válido a partir de 2026, com adesão e cadastramento ainda em 2025. O governo estima que o programa possa viabilizar até 4,6 milhões de consultas e 9,4 milhões de exames anualmente.

“Esse mecanismo permite que, onde há médicos e estrutura, possamos levar o paciente do SUS, oferecendo o que antes só quem tem plano privado conseguia”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a iniciativa dá fôlego a instituições historicamente endividada.

Os hospitais interessados deverão solicitar a adesão no site da Fazenda até cinco dias úteis após a publicação da portaria. O Ministério da Saúde validará se os serviços ofertados atendem às necessidades regionais. O abatimento será parcial: até 50% para dívidas de até R$ 5 milhões; 40% para dívidas entre R$ 5 e R$ 10 milhões; e 30% para débitos acima de R$ 10 milhões e poderá incluir carência de seis meses e redução de 70% em juros e multas.

Os serviços mínimos a serem prestados são de R$ 100 mil mensais, com teto fiscal para renúncias limitado a R$ 2 bilhões anuais. Também está prevista uma tabela específica que abrange mais de 1,3 mil tipos de cirurgias, priorizando áreas como oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia.

Além do programa de troca de dívidas, o governo anunciou novos investimentos em outras áreas. Serão R$ 300 milhões anuais para cuidados da saúde da mulher e R$ 400 milhões para modernização da radioterapia, com a entrega de 121 novos aceleradores lineares até 2026. O monitoramento das filas e da produtividade será feito por meio do painel público Meu SUS Digital, com suporte da recém-criada AgSus (Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS)

Nos siga no Google Notícias