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Cidades

Instituições do agronegócio pedem ação da Justiça após incêndio em Caarapó

Entidades afirmam que produtor teve direito de propriedade violado em ato criminoso

Por Inara Silva | 26/10/2025 16:30

RESUMO

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Entidades do agronegócio de Mato Grosso do Sul manifestaram repúdio após incêndio na Fazenda Ipuitã, em Caarapó, ocorrido no sábado. Segundo as instituições, um grupo indígena incendiou maquinários, insumos e estruturas da propriedade, causando prejuízos significativos.O episódio gerou versões conflitantes. Enquanto a Polícia Militar relata a participação de 50 pessoas na ocupação, a comunidade Guyraroká alega que a ação foi motivada pelo sequestro de uma jovem de 17 anos e pela contaminação da Terra Indígena por agrotóxicos. O caso intensifica as tensões relacionadas a disputas fundiárias na região.



As principais entidades do agronegócio de Mato Grosso do Sul divulgaram nota de repúdio ao episódio ocorrido na Fazenda Ipuitã, em Caarapó, a 276 km de Campo Grande, neste sábado (25). A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e outras dez instituições classificaram como “ato criminoso” e afirmaram que o produtor rural teve seu direito de propriedade “violado de forma grave e intolerável”.

Segundo a nota, o grupo indígena teria incendiado maquinários, insumos, a sede e outras estruturas da fazenda, causando prejuízos e impedindo a continuidade da atividade produtiva. As entidades criticaram a “omissão e leniência” da Justiça e do governo federal, que, segundo elas, alimentam a insegurança jurídica no campo. As instituições pedem medidas firmes e responsabilização dos envolvidos.

O texto também ressalta que os ataques não representam a maioria dos povos indígenas, apontando exemplos de parcerias entre comunidades e o Sistema Famasul em projetos produtivos. “É inadmissível que qualquer pessoa, independentemente da etnia, atente contra a propriedade privada e permaneça impune”, afirma a nota, assinada por Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica), Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul), Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Asumas (Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores), Apai (Associação de Produtores da Agricultura Irrigada), Novilho Precoce/MS (Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Novilho Precoce), OCB/MS (Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso do Sul), Reflore/MS (Associação dos Reflorestadores de Mato Grosso do Sul), Sulcanas (Sindicato dos Produtores de Cana-de-Açúcar da Região Sul de Mato Grosso do Sul) e Sodepan (Sociedade para Desenvolvimento do Pantanal).

Outro lado -  A Fazenda Ipuitã voltou a ser alvo de conflito na manhã de sábado (25). Conforme a Polícia Militar, equipes foram acionadas para “restaurar a ordem pública e garantir a segurança de pessoas e propriedades”, após indígenas ocuparem e incendiarem partes da fazenda. A corporação informou que cerca de 50 pessoas teriam participado da ação.

A comunidade Guyraroká, por outro lado, afirma que o ato foi motivado pelo sequestro de uma jovem de 17 anos e pela reivindicação de que a Terra Indígena não seja mais contaminada por agrotóxicos, por parte do fazendeiro. O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) confirmou o sequestro da adolescente, que teria sido resgatada na sede da fazenda, e negou a presença de indígenas armados.

O caso reacende o histórico de tensões na região, marcada por disputas fundiárias e reivindicações indígenas em torno da demarcação de terras.

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