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Cidades

Militar é reconduzido ao comando da Funai três meses após liminar cair

Ministério da Justiça revogou ato que havia suspendido a nomeação de José Magalhães Filho ao cargo

Jones Mário | 17/08/2020 10:14
Coordenador da Funai José Magalhães Filho durante entrevista, em fevereiro deste ano (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Coordenador da Funai José Magalhães Filho durante entrevista, em fevereiro deste ano (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

O capitão reformado do Exército, José Magalhães Filho, foi reconduzido à coordenação regional de Campo Grande da Funai (Fundação Nacional do Índio). A portaria que suspendeu sua nomeação foi revogada hoje (17) pelo secretário-executivo do ministério da Justiça e Segurança Pública, Tercio Tokano.

A coordenação da Funai na Capital havia sido entregue ao militar em fevereiro deste ano. Representantes dos povos indígenas foram à Justiça Federal contra a indicação de Magalhães Filho ao cargo e conseguiram medida liminar, em maio, que determinou a suspensão da nomeação.

A ação foi ajuizada após entrevistas do coordenador com discurso “carregado de estereótipos, preconceito social e racismo” quando se referia aos povos indígenas.

Numa delas, Magalhães Filho disse que “o índio fala de cultura nas suas festas, mas quando chega lá a festa é só comida”.

Em outra, afirmou que a língua indígena era uma “barreira”, incentivou o ensino da língua portuguesa em aldeias, “e assim começar a namorar com pretinho, com branquinho, e essa integração vem surgindo automaticamente”, completara.

Ainda em maio, o TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) acatou recurso da AGU (Advocacia-Geral da União) e derrubou a liminar deferida em primeiro grau.

De volta ao cargo, José Magalhães Filho revela que, “primeiro, a gente tem que voltar e se situar, saber o que está acontecendo”.

Questionado se a prioridade no retorno seriam as ações de enfrentamento à pandemia de novo coronavírus, alinhadas à Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), o militar garante que vai apoiar as barreiras sanitárias nas aldeias. Segundo ele, “a pandemia machucou a todos nós, não somente populações indígenas”.

Segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde), 1.890 indígenas já foram diagnosticados com covid-19 no Estado - 43 deles morreram vítimas da doença.

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