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Cidades

MS quer priorizar 3ª dose para idosos no lugar de vacinar todos os adolescentes

Imunidade de idosos tem reduzido recentemente e faz com que seja discutida possibilidade de dose de reforço

Guilherme Correia | 17/08/2021 09:57
Secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, em coletiva nesta manhã. (Foto: Reprodução/SES)
Secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, em coletiva nesta manhã. (Foto: Reprodução/SES)

Em coletiva nesta manhã (17), o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, afirmou que Mato Grosso do Sul pretende priorizar a aplicação de uma terceira dose de reforço, de quaisquer imunizantes contra a covid-19, para idosos.

O titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde) justifica que pessoas mais velhas, mesmo vacinadas com duas doses, têm apresentado redução na imunidade e voltaram a ser o principal grupo de risco da doença. "Hoje, está invertendo a lógica da morte de idosos, inclusive, idosos que já tenham completado o ciclo vacinal", pontuou.

"Eu entendo que nós estamos num dilema e coloquei isso para o Ministério da Saúde. Ao meu ver, e o nosso da equipe técnica da Secretaria de Estado de Saúde, o mais importante hoje é a dose de reforço, é fazer com que os idosos de Mato Grosso do Sul tenham uma dose para quem tomou Coronavac, vacina da Pfizer, vacina da Astrazeneca, uma terceira dose, porque a gente vai no mínimo quintuplicar o processo de imunidade desses idosos", explicou.

Resende ressaltou pedido feito ao Ministério da Saúde, para permitir esse tipo de vacinação, mas disse que ainda não houve resposta.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há evidências científicas concretas, até agora, que comprovem a real necessidade e eficácia de uma nova aplicação de vacina. A entidade se posicionou sobre o assunto ao dizer que é iniciar a vacinação de toda a população antes de cogitar esse tipo de reforço, de forma a evitar o surgimento de novas variantes e garantir o mínimo de proteção a todos os indivíduos.

Na coletiva, o secretário estadual também defendeu que o intervalo entre as doses da Pfizer seja reduzido a 21 dias, ao invés de três meses, e que vacinas da Coronavac possam ser utilizadas em pessoas com menos de 18 anos. Vale destacar que, até o momento, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) só permitiu Pfizer a crianças e adolescentes.

"Nossa visão é que essa é a população [idosos] que tem que ser hoje priorizada. A questão dos adolescentes, inclusive haveremos de discutir com o Ministério da Saúde para aguardar a vacina da Coroanvac, já que é bastante eficiente em adolescentes, e a gente pode remanejar vacinas da Pfizer, Astrazeneca para que a gente possa fazer essa dose de reforço e aguardar com expectativa que o Ministério mande as doses com velocidade para que a gente possa adotar a estratégia que estou anunciando hoje".

Adolescentes - Na última semana, a pasta permitiu que municípios, que já tivessem vacinado com pelo menos a primeira dose todos os adultos, aplicassem vacina em adolescentes, de forma gradativa, a iniciar pelos 17 anos. Nesta terça-feira, por exemplo, Campo Grande tem vacinado população acima de 15 anos.

Questionado sobre a priorização, ele destacou que as doses não foram encaminhadas exclusivamente a esse grupo, mas que foi permitida vacinação de jovens, devido à falta de população adulta para ser vacinada em, pelo menos, 55 cidades sul-mato-grossenses. "Mato Grosso do Sul conseguiu [vacinar] toda sua população acima dos 18 anos. São raros os municípios que não fizeram isso nesse momento".

Canalizar essas doses de vacinas para fazerem a vacina de reforço nos idosos”, disse Resende sobre vacinas destinadas a faixa etária.

Geraldo Resende disse que esse reforço da imunização de idosos, que têm apresentado declínio na imunidade, além da continuidade da cobertura vacinal com pelo menos uma dose, só será possível se o governo federal continuar a distribuir doses suficientes ao Estado.

Segundo ele, o Ministério da Saúde defende que não há defasagem nas doses encaminhadas, mas ainda não foi encaminhada resposta oficial. "Vamos verificar a resposta e se for preciso novo ofício, inclusive, se a gente possa contestar essa resposta, haveremos de fazê-lo ainda hoje", garantiu.

Procurado nesta manhã via e-mail, a pasta federal não respondeu questionamentos da reportagem. Mato Grosso do Sul, que foi o terceiro estado brasileiro que mais recebeu vacinas, em relação a sua população total, já vacinou com pelo menos uma dose quase 65,7% de sua população total e imunizou 37,6%.

Vacinadora exibe injeção de vacina contra a covid à idosa. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Vacinadora exibe injeção de vacina contra a covid à idosa. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

(*) matéria editada às 09h03 desta quarta-feira, 18 de agosto de 2021, para correção e acréscimo de informações.

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