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Cidades

Benefícios garantidos em lei para doador de sangue não têm resultados

Paula Vitorino | 14/06/2011 15:14

Jovem foi doar sangue para a mãe que irá passar por cirurgia. (Foto: Marcelo Victor)
Jovem foi doar sangue para a mãe que irá passar por cirurgia. (Foto: Marcelo Victor)

Desde 2009, uma lei estadual garante diversos descontos e benefícios ao doador de sangue tido como regular nas doações. No entanto, muitos doadores desconhecem seus direitos e o Hemosul ainda revela que os voluntários que procuram o local atraídos pelas vantagens podem “dificultar o serviço”.

“Muitos querem cobrar que os benefícios sejam aplicados de nós, mas isso não cabe ao Hemosul. As vantagens também podem induzir o doador a emitir dados importantes sobre sua saúde na entrevista médica inicial”, diz a responsável pela comunicação do Hemosul, Mayra Beatriz Franceschi.

Mesmo com os benefícios, o cadastro de doadores até aumetou desde o último ano, mas a fidelidade nas doações continuam sendo um problema. O hemocentro conta com 134 mil doadores cadastrados, mas destes apenas 60% são fidelizados.

Segundo a Lei n° 219/09, os doadores voluntários de sangue do Estado têm direito ao mesmo atendimento dos idosos em filas de bancos e no âmbito da Justiça Estadual, com relação à prioridade.

O doador também tem 50% de desconto na entrada de estabelecimentos de diversão ou cultural, como também de atividades recreativas.

Para ter direito aos benefícios, o individuo precisa possuir a carteira de identificação do doador, fornecida pelos hemocentros e bancos de sangue. A carteira tem validade de um ano.

De acordo com o Hemosul, o documento só é fornecido para o voluntário considerado fidelizado, ou seja, que estiver feito ao menos três doações no período de até três anos. Com isso, o hemocentro tem o objetivo de incentivar a frequência dos doadores.

O homem pode doar até quatro vezes ao ano, com intervalo mínimo de dois meses a cada doação. Já a mulher só pode doar três vezes por ano, a cada três meses no mínimo.

Doações - Sem ter conhecimento dos benefícios concedidos ao doador de sangue, o auxiliar administrativo Edilson Barreto, de 23 anos, foi até o Hemosul nesta manhã para doar sangue para sua mãe, que irá passar por uma cirurgia na maternidade Cândido Mariano.

Ele conta que já havia feito outras doações, mas há mais de um ano não voltava ao banco de sangue. “Por falta de tempo a gente acaba deixando mesmo”, diz.

A motivação de ajudar um familiar também levou a consultora de vendas Glauce Alvarenga, de 33 anos, ao hemocentro. Sua tia está com leucemia, internada no hospital, e precisa de duas bolsas de sangue diariamente. Ela também nunca usufruiu dos benefícios concedidos na legislação.

De acordo com o Hemosul, muitos voluntários procuram o local para ajudar algum conhecido que precisa de sangue. Mas apesar da doação esporádica, o hemocentro considera a iniciativa válida, pois o sangue doado pode também servir para outros pacientes.

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