Brincadeira inconsequente, cerol faz mais uma vítima
Nos cabos de alta tensão dos bairros de Campo Grande é possível ver incontáveis restos de uma brincadeira de criança: soltar pipa. O passa-tempo não se resume a fazer o brinquedo voar, mas a grande diversão é "abater" a pipa do colega, são as "guerrinhas". Mas essas "batalhas aéreas" fazem vítimas.
No fim da manhã de hoje, Marcos Aparecido Pardin, de 25 anos, teve seu pescoço cortado por uma linha com cerol, enquanto passava de moto por uma das ruas do bairro Coophavila II. Com corte de cerca de 15 centímetros de comprimento, ele teve de passar por uma cirurgia e seu estado é considerado grave.
Funcionário de um frigorífico, Marcos estava na hora do almoço. O amigo na garupa prestou os primeiros socorros quando o rapaz foi atingido, depois levou o jovem até o posto de saúde, mas foi preciso a transferência para Santa Casa porque o corte começou a inchar e comprometer o funcionamento da traquéia.
Pessoas que testemunharam a cena contaram à Polícia que a linha responsável pelo ferimento era manuseada por um jovem, que fugiu depois do acidente com Marcos.
Visível - O Campo Grande News foi à periferia e constatou que não é preciso procurar muito para encontrar crianças e marmanjos usando o cerol, mistura de pó de vidro e cola que é passada na linha para deixá-la abrasiva e cortar a linha do adversário. O uso é proibido por lei.
No bairro Nova Campo Grande um grupo de garotos, entre sete e quinze anos, soltava pipa na tarde de hoje. O mais velho deles gabava-se de ter derrubado cinco pipas há poucos minutos. "
