“Inteligência” de suspeito e miséria de Kauan dificultam provas periciais
Casa de Devid tem dezenas de produtos de limpeza e reboco foi retirado da parede

Sem localizar o corpo ou restos mortais do menino Kauan Andrade Soares dos Santos, 9 anos, as provas técnicas esbarram na “inteligência” do suspeito e na dificuldade de isolar o DNA da vítima, que não tinha nem uma escova de dente de uso exclusivo.
Preso desde 21 de julho, Deivid Almeida Lopes, 38 anos, nega o crime. Ele morava no Coophavila 2 , onde era conhecido como professor, pelo fato de já ter lecionado em escola, mas atualmente, tinha uma banca de capinhas para celulares na feira do bairro.
- Leia Também
- Garotos relatam à polícia necrofilia e esquartejamento do menino Kauan
- Crueldade na morte de Kauan chocou até quem vive de investigar crimes do tipo
Conforme relato de quatro adolescentes, o menino foi violentado, antes e depois da morte, e esquartejado por Deivid. Segundo o diretor diretor do Instituto de Criminalística, Marcelo Pereira Oliveira, a aplicação de luminol revela vestígios de sangues nos locais citados pelos adolescentes.
Porém, o local não foi apenas limpo. “Ele foi tão inteligente que retirou o reboco da parede e tudo isso dificulta isolar o DNA”, afirma o titular da da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), delegado Paulo Sérgio Lauretto.
Questionado sobre o motivo de ter dezenas de produtos de limpeza em casa, o suspeito respondeu que gosta de manter o ambiente limpo.
Também há dificuldade para isolar o DNA do menino, que não tem nenhum irmão de mesmo pai. O código genético é formado metade por “informações” da mãe e metade do pai. Na casa do suspeito, foi localizado amostra de sangue que bate com a 50% DNA da mãe.
No facão do esquartejamento também foi localizado sangue. Para o delegado, Kauan foi vítima da miserabilidade. O menino trabalhava cuidando de carros e foi levado no dia de 25 de junho por um adolescente de 14 anos para casa de Deivid.
O adolescente era estuprado desde os 10 anos. Ao fim da coletiva, o delegado fez um apelo para que a sociedade não fique em silêncio e denuncie. “Isso tudo poderia ter sido evitado. Viam a movimentação na casa. Tem que denunciar”,diz o delegado.
Deivid vai ser indiciado por três estupros de vulnerável, cinco casos de exploração sexual, um de corrupção de menor, ocultação de cadáver e posse de material pornográfico.
Abaixo, a perita Josimirtes Prado da Silva explica trabalho técnico: