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Capital

Ação mira esquema fraudulento entre prefeitura, Câmara, Omep e Seleta

Existência de funcionários fantasmas mantidos com dinheiro público é investigada

Mayara Bueno | 13/12/2016 10:55
Agentes do Gaeco continuam na sede da Seleta. (Foto: Fernando Antunes)
Agentes do Gaeco continuam na sede da Seleta. (Foto: Fernando Antunes)
Sede da Omep também é alvo de ação nesta manhã. (Foto: Marcos Ermínio)
Sede da Omep também é alvo de ação nesta manhã. (Foto: Marcos Ermínio)

Chamada de Operação Urutau, a ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) tem como foco a prática de improbidade administrativa, crimes de falsidade ideológica, peculato, lavagem de capitais e associação criminosa pelos presidentes da Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária e Omep (Organização Mundial pela Educação Pré-Escolar), Gilbraz Marques e Maria Aparecida Salmaze.

Os crimes teriam ocorrido em relação aos convênios mantidos pelas entidades com a Prefeitura de Campo Grande, com a suspeita de contratações fraudulentas, envolvendo os chamados 'funcionários fantasmas'.

São 14 mandados de busca e apreensão de documento, três prisões temporárias e sete conduções coercitivas, quando são obrigados a depor, segundo o MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), instituição a qual o Gaeco é subordinado. No entanto, o órgão não informa quem foi preso e nem quem é o alvo das conduções coercitivas.

Nesta manhã, equipes do Grupo Especial estão nas sedes da Omep, Seleta e na Câmara Municipal, onde fizeram buscas no gabinete da vereadora Magali Picarelli (PSDB). As duas entidades são alvos de ação que apontou uma série de irregularidades, como funcionários fantasmas, servidores que recebiam salários diferentes, mesmo exercendo as mesmas funções, entre outros.

Os contratos somam pelo menos R$ 6 milhões mensais. Ordem judicial de abril ordenou a demissão de 4,3 mil funcionários das entidades mantidos pela verba pública municipal.

Anteriormente, o Ministério Público já havia constatado que alguns vereadores teriam feito indicações de pessoas para trabalharem nas entidades. Até então, o nome de Magali Picarelli não constava com uma das pessoas que indicou trabalhadores.

Ainda há outras ações envolvendo as entidades, que inclusive já pediam o afastamento dos presidentes Maria Aparecida Salmaze (Omep) e Gilbraz Marques (Seleta), que foi negado pela Justiça anteriormente.

Ao todo, são 36 policiais militares e quatro promotores de Justiça envolvidos na operação, ainda segundo o Ministério Público. Os mandados foram expedidos pelo juiz Mario José Esbalqueiro Junior, quando estava vinculado à 1ª Vara das Execuções Penais de Campo Grande.

Urutau é uma ave tipicamente sul-americana, também considerada “ave fantasma”, pela sua facilidade em se ocultar, sem que possa ser identificada. Justamente por isso é o nome da operação, em referência à suspeita de contratações fraudulentas, através dos convênios investigados, disse o MPE.

A Prefeitura de Campo Grande foi procurada pela reportagem. Afirmou que deve se manifestar sobre o caso mais tarde. A reportagem já havia percorrido as secretarias municipais de Assistência Social e Educação, pastas as quais os convênios com as entidades são ligados, mas não havia nenhuma movimentação de policiais.

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