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Capital

Anvisa contesta eficácia e túneis de desinfecção nos terminais são desativados

Segundo secretário de Governo, câmaras podem ser transferidos para hospitais

Jones Mário | 18/05/2020 12:48
Anvisa contesta eficácia e túneis de desinfecção nos terminais são desativados
Equipamentos instalados em Campo Grande esguicham ozônio por aproximadamente 15 segundos (Foto: Kísie Ainoã)

Passados dois dias de funcionamento, a prefeitura de Campo Grande desativou os túneis de desinfecção contra o novo coronavírus, instalados nos terminais de transporte coletivo Guaicurus, Bandeirantes, Júlio de Castilhos e General Osório.

Os equipamentos tiveram eficiência contestada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em nota técnica. A agência não encontrou evidências científicas, até o momento, de que a borrifação de ozônio seja eficaz no combate ao novo coronavírus.

Segundo a Anvisa, a duração do procedimento, entre 20 e 30 segundos, não seria suficiente para garantir o processo de desinfecção. A instituição alertou ainda que o sistema não inativa o vírus dentro do corpo humano.

A nota técnica da Anvisa foi publicada no dia 7 de maio, mas o primeiro túnel na Capital começou a funcionar quase 10 dias depois, no último sábado (16), no terminal Morenão.

Contraindicação - O documento da agência também alerta que produtos químicos, com exceção do ozônio, foram aprovados para desinfecção exclusiva de superfícies, não de seres humanos. Entre os possíveis efeitos adversos estão reações alérgicas; irritação na pele, no nariz, na garganta e no trato respiratório; bronquite, entre outros.

Anvisa contesta eficácia e túneis de desinfecção nos terminais são desativados
Primeiro túnel na Capital foi ativado no sábado (16), no terminal Morenão (Foto: Kísie Ainoã)

Segundo o titular da Segov (Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais), Antônio Cézar Lacerda, o município encomendou estudos para Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e Vigilância Sanitária para ampliar as opiniões sobre a eficiência da câmara de desinfecção. O estudo deve ser finalizado até amanhã (19), segundo ele.

Lacerda admitiu o alerta da Anvisa sobre os efeitos colaterais da medida, e apontou a possibilidade de transferir os túneis dos terminais para hospitais, “onde os profissionais da Saúde estariam com vestimentas que protegem a pele”.

A agência nacional detalha que é possível o uso de saneantes para profissionais de saúde, desde que tenham a eficácia testada e que estes trabalhadores usem EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) que impeçam o contato do produto químico desinfetante com pele, olhos e mucosas.

Empreendimento - O site da empresa responsável pelo sistema instalado em Campo Grande, a B3Bauru, de Bauru (SP), informa que o túnel tem um sistema que pulveriza ozônio umedecido para atingir a parte superficial do corpo, como roupas, acessórios e calçados.

Segundo as explicações, é preciso que a passagem seja de forma contínua, por cerca de 10 a 15 segundos, para garantir a eficácia da aplicação.

A B3Bauru destaca que atende prefeituras, supermercados, universidades e hospitais. Segundo a empresa, “o ozônio é 100% seguro e não traz nenhum risco para a saúde, não tem efeitos colaterais e é eficiente na neutralização do vírus”, além de ser “um produto sanitizante e terapêutico, sua molécula reativa de oxigênio, é conhecida como um dos microbicidas de ação mais rápida contra bactérias e vírus”.

Conforme Antônio Cézar Lacerda, os equipamentos foram doados por empresas parceiras, assim, a desativação dos túneis não causa prejuízos à prefeitura.

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