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Capital

Apesar de liminar suspensa, invasores temem ser despejados à força

Francisco Júnior e Luciana Brazil | 07/02/2013 08:45
Famílias dizem que não tem para onde ir. (foto: Luciano Muta)
Famílias dizem que não tem para onde ir. (foto: Luciano Muta)

Mesmo com a reintegração de posse suspensa por uma decisão judicial, as famílias que invadiram um terreno no Jardim das Hortências temem ter que deixar o local à força.

Com medo de uma ação violenta da Polícia, pelo menos 30 famílias deixaram o terreno na manhã de ontem (6), quando policiais da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crise e Operações Especiais) estiveram na área alertando sobre a ação para retomada do terreno, que pertence à Prefeitura.

Marilene da Conceição Bezerra, 28 anos, mãe de três filhos pequenos, disse que vai resistir e ficar até quando puder no terreno. Ela afirma que não tem para onde ir. “A maior parte dos que saíram tem para onde ir, quem permaneceu é porque não tem outra alternativa”, conta.

Mariana Alves, 39 anos, está desempregada e não tem outro local para morar. Segundo ela, entres os invasores tem vários deficientes, idosos e muitas crianças. “ Tem um homem que ele é deficiente, foi despejado da casa dele e está aqui. Ele não tem para onde ir”, comenta.

Ela reclama que há anos está cadastrada na Emha (Empresa Municipal de Habitação) e nunca teve retorno quanto a ser beneficiada com uma moradia. “Fiz minha inscrição na Emha há cinco anos e só vai renovando e renovando. Tem gente com seis meses de cadastro e já conseguiu uma casa”, afirma.

A dona de casa, Aparecida Borges, de 67 anos, está com medo de um confronto com a Polícia, mas também não pretende deixar a área.

Marilene diz que não tem para onde ir. (Foto: Luciano Muta)
Marilene diz que não tem para onde ir. (Foto: Luciano Muta)

Ela disse que não entende o motivo de tantas famílias sem moradias e casas entregues pela Prefeitura recentemente desocupadas ou à venda pelos donos. Ela cita como exemplo um residencial inaugurado no Portal Caiobá. “Tem um monte de casa vazia lá. Não sabe se as pessoas ganharam ou estão vendendo, tem muita casa fechada e muita gente precisando de um lar”.

O despejo das cerca de 300 famílias que invadiram o terreno estava programada para a manhã desta quinta-feira, porém na no final da tarde de ontem, desembargador Julizar Barbosa Trindade, concedeu liminar suspendendo a retirada dos invasores.

A decisão é provisória e tem efeito até que a Câmara Julgadora da situação dê um pronunciamento final. A medida é valida apenas para as famílias que já estão na área. Caso haja outras invasões lá, a decisão, que está em segunda instância, poderá ser imediatamente revogada.

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