ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 20º

Capital

Após morte "sem explicação", viúva acusa médico de negligência em posto

Helton Verão | 11/08/2013 09:25
Viúva de Hector reclama do descaso com que seu marido foi tratado na UPA
Universitário (Foto: Simão Nogueira)
Viúva de Hector reclama do descaso com que seu marido foi tratado na UPA Universitário (Foto: Simão Nogueira)

A morte de Hector Sandro Siguiura, 40 anos, há dez dias no Hospital Universitário ainda não foi esclarecida pela família que, indignada, denuncia descaso e negligência no atendimento oferecido por médicos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e também nas primeiras horas de entrada do paciente no HU.

A viúva, Joice Aparecida Anselmo, de 42 anos, conta que o marido passou mal por volta das 18 horas do último dia 26 de julho (sexta-feira) e foi levado as pressas à UPA. Com fortes dores na barriga e falta de ar, teve prioridade no atendimento. "Por várias vezes, entrei na sala onde Hector era examinado e o doutor pedia para aguardar", conta.

“Por volta da meia noite ele me chamou e falou com todas as letras que meu marido não tinha nada e estava querendo chamar a atenção. Pensei que ele deveria melhorar nas próximas horas e fui pra casa. Quando voltei logo cedo ao posto de saúde ninguém sabia dizer para onde ele tinha ido, só fui descobrir depois que liguei no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)”, conta a empregada doméstica.

Joice foi até o Hospital Universitário, onde descobriu que o esposo havia sido transferido às 4 da manhã. “Somente ás 7 horas uma doutora atendeu ele, ela me disse que ele estava sem pulsação naquela hora, com hemorragia e foi levado as pressas para uma cirurgia no abdômen”, relembra a viúva.

De acordo com Joice, às 16h30 a assistente social revelou que o estado dele era gravíssimo e que havia perdido muito sangue porque teria rompido o baço. “Me explicaram que ele poderia ter rompido o baço com um possível tombo ou por ter carregado algum peso em excesso, mas não me recordo de nenhuma situação desta”, ressalta a senhora.

Apesar de Hector ser servente de pedreiro, Joice diz que ele não havia trabalhado naquele dia e o próprio foi pilotando a moto até a UPA Universitário. Mesmo que ele tivesse o rompimento, nada foi diagnosticado na unidade de saúde, o que poderia ter antecipado o atendimento, avalia a mulher.

Às 19 horas do sábado (27 de julho), a assistente social do HU entrou em contato com a esposa de Hector para comunicar que ele havia falecido.

“A minha indignação foi a forma que o médico o tratou na UPA e somente 12 horas depois praticamente alguém se preocupou com ele. No HU ele teria chegado às 4 horas da manhã, só foram ver o caso dele às 7 horas?”, questiona a empregada doméstica.

Após a notícia da morte do marido, Joice foi até à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do bairro Piratininga e registrou um boletim de ocorrência para investigação da morte, no registro da Polícia consta “morte a esclarecer”.

Segundo a viúva, ela não tinha anotado o nome do médico que atendeu o marido no UPA Universitário, diz que foi até o local novamente para tentar descobrir quem era o profissional, mas o procedimento só é feito no setor administrativo em horário comercial. “Acho que agora meu marido conseguiu chamar a atenção daquele médico”, ironiza Joice.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa do Hospital Universitário para saber o motivo da morte do servente de pedreiro, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta da causa.

Nos siga no Google Notícias