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Capital

Após mutirão de coleta de DNA, polícia identifica homem achado morto em 2020

Campanha coletou 68 amostras de material genético de familiares de desaparecidos

Dayene Paz e Bruna Marques | 20/09/2021 11:58
Delegado Carlos Delano, titular da DEH. (Foto: Henrique Kawaminami)
Delegado Carlos Delano, titular da DEH. (Foto: Henrique Kawaminami)

Antônio Ailton da Silva, de 53 anos, encontrado morto em março de 2020, foi identificado pela Polícia Civil, graças a campanha de coleta de DNA, que começou em junho deste ano. Nesta segunda-feira (20), a DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídio) e o Ialf (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses) apresentaram o primeiro resultado da campanha, que até o momento, coletou 68 amostras de material genético de familiares de desaparecidos em todo o estado.

O delegado da DEH, Carlos Delano, informou que Antônio desapareceu em fevereiro de 2020 e o corpo foi encontrado cerca de dez dias depois, às margens da BR-163, próximo a uma propriedade rural. "Ele morava no Estrela Park e o corpo foi encontrado a aproximadamente 15 quilômetros de distância da casa", revelou Delano.

Na época, foi feita coleta de DNA da ossada, que fica registrada em arquivo. Ao mesmo tempo, exames comprovaram que não havia sinais de origem criminosa. Antônio tinha problemas com alcoolismo, havia saído de casa sem rumo e nunca mais foi visto, sendo o caso registrado como morte a esclarecer.

Até a última semana, ele não tinha sido identificado. "Nós fizemos uma campanha para identificação de ossadas que permaneciam não identificadas no Imol. No caso do Antônio, foram recolhidas amostras da mãe e do irmão, quando confrontadas, chegamos a identificação", explicou o delegado.

"Se não tivéssemos essa ferramenta do banco de dados, a identificação desse cadáver, demandaria os métodos tradicionais de investigação, como cruzamento de dados, testemunhas, o que demandaria esforço e dificuldade muito maior", frisou.

Primeiro resultado apresentado nesta segunda-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)
Primeiro resultado apresentado nesta segunda-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)

Delano ainda afirmou que a identificação leva uma resposta às famílias. "Temos aqui uma resposta para a família, que sabe qual foi o destino, nesse caso, não foi o desejado, mas pelo menos, a família sabe o que aconteceu com ele", finalizou.

A diretora do Ialf, Josemirtes Prado, revelou que existem 80 ossadas não identificadas, sendo que durante a campanha, foram coletadas 68 amostras de material genético. "O que resume em 42 casos de desaparecidos", disse.

Campanha - O objetivo da campanha, que se tornou permanente, é auxiliar na identificação de pessoas desaparecidas, através da coleta de materiais biológicos de familiares, com o intuito de alimentar o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) e realizar buscas por meio de cruzamento de dados.

Nos últimos 5 anos, foram registradas em Mato Grosso do Sul 7.770 ocorrências de desaparecidos, 3.148 delas somente em Campo Grande. Familiares dessas pessoas podem procurar um dos 13 postos de coleta espalhados em Campo Grande e no interior para fornecer material genético.

O DNA do próprio desaparecido também poderá ser extraído de itens de uso pessoal, tais como: escova de dentes, escova de cabelo, aparelho de barbear, aliança, óculos, aparelho ortodôntico, dente de leite e amostra de cordão umbilical, caso exista.

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