Após perder tudo sábado, famílias tiveram outra noite tensa com chuva


Quando o céu anuncia a chuva, moradores de várias regiões da cidade já temem os estragos que podem vir com o aguaceiro. A chuva, que atingiu a Capital na noite de ontem (7) e também durante a madrugada, deixou muitas famílias tensas, mas o alagamento não atingiu as residências.
Mesmo depois da canalização de toda a Rua Ouro Verde, no bairro Marcos Roberto, em Campo Grande, a região continua sofrendo com os alagamentos. Ontem, não foi diferente.
Segundo moradores, a tubulação é muito estreita e não comporta todo o volume de água que vem dos bairros mais altos, como Vila Progresso e Jardim Paulista. A água desce dessas regiões para os bairros mais baixos.
Além disso, quando o córrego Anhanduí transborda a situação fica ainda pior nos bairros próximos.
Na região do Jóquei Clube e da Vila Nhá-Nhá a chuva de ontem (7) também provocou alagamentos, mas apenas das ruas e avenidas.
A moradora da Rua das Hortênsias, no bairro do Jóquei Clube, Liana Aparecida Vieira, 47 anos, tenta vender um terreno com cinco casas, mas por causa dos alagamentos, a venda está travada.
“Junto com meus irmãos estou tentando vender o terreno por R$ 150 mil, um lugar muito bom para morar, com cinco casas, se não fosse o problema dos alagamentos”.
Os irmãos já têm um processo contra a prefeitura pedindo indenização de todas as coisas que já perderam ao longo dos anos. Nascida e criada na casa, ela já presenciou dezenas de alagamentos.
Na chuva forte do último sábado (4), a família perdeu colchão, fogão, guarda roupa e rack.
Na rua das hortênsias, os bueiros foram abertos pelos próprios moradores, para, segundo eles, amenizar o volume de água.
“Nós ficamos desesperados com qualquer chuva no mês de janeiro, quando chove muito em pouco tempo e grande quantidade”, disse Lucila Barboza, 54 anos, parente de Liana.
O morador da Rua Ouro Negro, também no Jóquei Clube, Heleno Pereira, 78 anos, disse que mora na região há mais de 50 anos. A chuva de sábado trouxe muitos estragos. “Perdi colchões, mantimentos, arroz, feijão”.
Segundo ele, há quatro anos o problema tem se repetido.
Na Rua sol Nascente com a Avenida Ernesto Geisel, os moradores abriram o muro da casa para água da chuva escoar da casa.
Quando chove, os moradores sofrem com os alagamentos. Quando o córrego não transbordam as ruas alagam, contam os moradores.