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Capital

Com aterro fechado, 20 mil toneladas de entulho estão espalhadas na cidade

Categoria fez protesto em frente a empresa privada e reclamam de descaso da prefeitura; Eles afirmam que 4 mil caçambas estão espalhadas pela cidade com 5 toneladas cada

Yarima Mecchi e Marcus Moura | 26/12/2016 11:21
Caçambeiros protestaram na manhã de hoje. (Foto: Marcus Moura)
Caçambeiros protestaram na manhã de hoje. (Foto: Marcus Moura)

Revoltados e reclamando de descaso por parte da Prefeitura de Campo Grande, 14 caçambeiros protestaram na manhã desta segunda-feira (26). Eles reclamam que 4 mil caçambas estão espalhadas pela cidade com 5 toneladas de entulho cada e não tem um local público para o descarte. 

O presidente da associação dos caçambeiros, Arthur Fernandes, explica como o aterro de entulho, sem licença para funcionar, que era usado por eles no Jardim Noroeste foi interditado pela Justiça no dia 15 de dezembro os resíduos se acumulam pela cidade.

De acordo com a lei federal 4.864 de 2010 a empresa que recebe o entulho tem de ter um contrato com quem produziu. Na tentativa de conseguir o acordo com a CGEA Tratamento de Resíduos, único local licenciado para receber entulhos da Capital, representantes foram a empresa. Eles tentaram negociar um preço mais baixo para a tonelada do entulho e a não exigência do contrato para despejar.

"Cada caçamba tem capacidade para 5 toneladas e a empresa cobra R$ 36 por tonelada, nós cobramos entre R$ 80 e R$ 120 o aluguel da caçamba. A prefeitura não ajuda a gente e a única alternativa nos deixa no prejuízo".

O presidente considera que a Prefeitura de Campo Grande está inerte e não colabora para resolver o problema da categoria. "Caso não tenhamos ajuda, a população pode esperar um reajuste de no minimo 100% no serviço. Tem o diesel, motoristas, gastos com caminhão. O que antes era cobrado R$ 100 pode ir para R$ 300", destacou.

O caçambeiro Anage dos Santos, de 59 anos, também reclamou dos descaso do poder público. "A prefeitura não faz nada para nos ajudar, mas se não tiramos o entulho a cidade vai virar um lixão. Onde vamos jogar esse entulho e esse resíduo?", indagou.

Caçambas lotadas no cruzamento das ruas José Antônio e Pernambuco. (Foto: Simão Nogueira)
Caçambas lotadas no cruzamento das ruas José Antônio e Pernambuco. (Foto: Simão Nogueira)

Empresa - O gerente da CGEA Tratamento de Resíduos, Ivan Garcia de Oliveira, na saída para Rochedo – a cerca de 20 km do centro da cidade, logo após o Conjunto José Abrão – destacou que a empresa não tem responsabilidade com os caçambeiros e precisa do contrato com quem produziu o entulho para fazer prestação de contas.

"A lei diz que temos que dar destinação correta e fazer isso com os geradores do resíduos. Eles só são os transportadores", ressaltou.

O gerente disse ainda que o preço cobrado pela tonelada do resíduo é calculado conforme os custos da manutenção dos serviços prestados pela empresa, tudo conforme as normas do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

"O preço varia de R$ 30 a R$ 40 a tonelada. Eles sabiam que o aterro que estavam usando poderia ser fechado a qualquer momento".


Oliveira disse que na tarde desta segunda-feira representantes da empresa vão se reunir com a categoria para mais uma vez explicar como funciona o serviço e as normas para aceitar os resíduos. "Vamos ver se chegamos a um acordo".

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