Com falta de 3 mil vagas no Centro, estacionamentos ganham espaço
A falta de três mil vagas no Centro da Capital transformou o estacionamento particular em um bom negócio e os empreendimentos não param de surgir na região. Eles se proliferaram e adotam estratégias como a verticalização para ganhar espaço e atender mais clientes. De um lado estão alguns motoristas que enxergam o fato como positivo, do outro estão alguns que pedem para a prefeitura criar uma área pública para estacionar.
A gerente de um estacionamento particular, que funciona há três anos no cruzamento da avenida Calógeras com a rua Marechal Cândido Mariano Rondon, disse que o estabelecimento recebe 600 veículos por dia. “O movimento no estacionamento aumenta ou diminui de acordo com o fluxo no comércio. No começo do mês, quando as pessoas recebem, o movimento aumenta. Nesse começo de ano também houve crescimento, pois os pais vêm comprar os materiais escolares para os filhos”, explicou Loret Tawil, de 41 anos.
Conforme Loret, existe a expectativa de que no local seja construído um novo shopping. Para ela isso será prejudicial para os usuários que não têm onde estacionar. “Não existe mais vagas no Centro, ou seja, a estrutura física da região não acompanhou o crescimento urbano. Se o shopping for construído, não sei como as pessoas irão fazer”, comentou.
O estacionamento cobra R$ 3 a cada 15 minutos. Para baratear o custo o proprietário arrumou uma solução. “Fizemos convênios com as lojas próximos para deixar o valor mais baixo para os clientes. Por exemplo, se o usuário chegar aqui dizendo que vai à uma loja conveniada, nós já registramos a entrada dele com desconto”, mencionou.
Outra opção para os motoristas que quiserem utilizar um estacionamento particular, é o novo emprendimento construído ao lado do Camelódromo de Campo Grande. O local também foi criado para atender as pessoas que frequentam o Centro.
Apesar de utilizar o serviço, a comerciante Jane Padilha, 52 anos, não gostaria de ter que desembolsar para estacionar. “Deixo aqui e pago por questões de segurança mesmo, mas acho que a prefeitura está ciente que faltam vagas na área central e deveria criar um estacionamento gratuito”, destacou.
O funileiro Euclides Ribas, 50 anos, que foi ao centro deixar a esposa para fazer compras, falou que demorou mais de quarenta minutos para encontrar uma vaga e estacionar na Rua 14 de Julho. “Está demais essa falta de vagas. Depois que eles retiraram os estacionamentos da Avenida Afonso Pena, piorou a situação ainda mais”, apontou.
A opinião do funileiro foi compartilhada pela operadora de caixa Marina Meneguetti, 21. “Eu até entendo que eles queriam tornar o canteiro central da Afonso Pena mais arborizado, mas não tinha necessidade de retirar todas as vagas de estacionamento”, finalizou.
O Campo Grande News entrou em contato com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), na tarde de quarta-feira (7), mas não teve retorno sobre qual medida será tomada quanto à falta de vagas na área central.
