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Capital

Com medo após morte, moradores cobram orientação sobre escorpião

Nadyenka Castro e Paula Vitorino | 29/10/2011 13:15

Depois que Maria Eduarda Rissi, três anos, morreu com picada do aracnídeo, quem mora na Capital e já viu o bicho em casa, quer mais informações sobre como proceder

Adriana já encontrou três escorpiões em casa, no Santa Fé. (Foto: João Garrigó)
Adriana já encontrou três escorpiões em casa, no Santa Fé. (Foto: João Garrigó)

A morte de Maria Eduarda Rissi, três anos, nessa quinta-feira, em Campo Grande, picada por um escorpião amarelo, levou medo aos moradores, principalmente àqueles que já encontraram o aracnídeo em casa. Agora, eles cobram orientação do poder público de como proceder para evitar, para identificar o ‘ataque’ do animal e para socorrer vítimas.

A encarregada administrativa Adriana Gouveia Laranja, 37 anos, já encontrou três dentro de casa. Um deles, o primeiro, embaixo de um colchão que havia sido colocado no chão.

Desde então ela avisa o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) da situação e pede providências. No entanto, é apenas informada de que não há surto e que, por morar em bairro nobre, não há grande quantidade de escorpião.

"Se aqui está aparecendo, imagina na periferia?", questiona Adriana, que mora no bairro Santa Fé. Ao lado da residência dela há um imóvel abandonado que já foi tomado pelo mato.

Indignada com a resposta obtida, ela jogou fora os aracnídeos que havia guardado para entregar ao CCZ. "Por mais que falem que não é surto, mas escorpiões existem em Campo Grande e agora uma menina morreu".

Mãe de duas meninas, uma de seis e outra de oito meses, a encarregada administrativa preocupa-se com as filhas, que brincam no chão. A mais velha já foi picada há três anos quando estava em uma chácara e a família só soube que era de escorpião porque uma pessoa viu o animal próximo.

"Os pais pensam que é formiga, outro bicho. A última opção é o escorpião. Porque, se você não vê um, não vai saber que é", diz.

E é para este tipo de situação que é preciso mais orientação. Para identificar quando o 'ataque' foi feito por escorpião ou outro animal menos perigoso. "A população fica sem saber o que fazer", fala Adriana.

Para ela, a administração poderia fazer uma campanha de como evitar que os aracnídeos entrem nos imóveis e como proceder em casos de picadas. "Na dengue temos campanha. Deveriam fazer também sobre o escorpião".

Alguns dos escorpiões encontrados por Aberlito no Santo Antônio. (Foto: João Garrigó)
Alguns dos escorpiões encontrados por Aberlito no Santo Antônio. (Foto: João Garrigó)

Do outro lado da cidade, no Santo Antônio, a dona de casa Gláucia Barbosa de Souza, 39 anos, também encontra escorpiões em casa. Só no último ano foram oito, segundo ela.

Na última terça-feira (25), durante a festa de aniversário de 17 anos da filha dela, adolescentes mataram um escorpião na varanda da residência.

Vizinho de Gláucia, o designer gráfico Aberlito Mota Ferreira Júnior, 43 anos, 'coleciona' o animal. Já são 11 amarelos dentro de um pote de vidro. Aberlito os recolhe vivos, mas acabam morrendo asfixiado.

O bairro onde moram está em obras. Ruas estão sendo abertas e uma escola técnica está em construção. Os moradores acreditam que por causa disso os animais saem do 'habitat natural' e invadem as casas.

O que eles querem é informação. "Vi na televisão que se jogar cândida no ralo espanta. Uma medida tão simples. Eu já liguei tantas vezes no CCZ e eles nunca me falaram isso", revela Glaúcia.

Ela e Aberlito são amigos de infância e moravam no interior do Estado de São Paulo. Segundo eles, lá há muitos escorpiões, mas, o que não falta é informação.

Maria Eduarda-A menina foi picada pelo animal que estava dentro de um sapato. Ela morreu 18 horas depois no Hospital Regional, após ter recebido atendimento médico. A demora no atendimento pode ter contribuido para a morte. Ela morava no bairro São Francisco.

A orientação em caso de suspeita de ferimento causado por aracnídeo é acionar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e/ou procurar o Hospital Regional, onde há serviço especializado.

Os escorpiões são mais comuns nesta época do ano devido ao calor. Eles entram por ralos e sujeira e matagal são ambientes 'perfeitos' para eles.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde e a informação é de que não há previsão de campanhas - que são de responsabilidade do Ministério da Saúde- nem de intensificação de trabalhos.

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