Deputados formam coração humano no encerramento do Agosto Lilás na Assembleia
Parlamentares leram frases sobre o ciclo da violência e recordaram o feminicídio mais recente

Ato na rampa da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul marcou, nesta quinta-feira (28), o encerramento da campanha Agosto Lilás no Estado. Estiveram presentes deputados estaduais, a secretária de Cidadania e a primeira-dama, Mônica Riedel. Durante o ato, deputadas leram frases que representam o ciclo da violência e relembraram o feminicídio registrado ontem (27), em Bataguassu.
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O evento ocorreu após a sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. As mulheres usaram camisetas lilás, cor que simboliza o mês de combate à violência contra a mulher. Ao final, foi formado um coração como ato de conscientização.
A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB), presidente da Comissão de Defesa das Mulheres, destacou o feminicídio de número 24 registrado em Mato Grosso do Sul neste ano. “É com muita tristeza que fazemos esse encerramento hoje com mais uma morte de mulher no Estado”, disse.
A vítima foi Érica Motta, de 46 anos, morta a facadas na noite de quarta-feira (27) em uma casa de Bataguassu. A faca usada no crime foi encontrada na calçada, do outro lado da rua. O autor, Vagner Aurélio Fernandes, 59 anos, foi preso no terminal rodoviário do município.
Ainda segundo Mara, o movimento representa a união entre a Assembleia Legislativa e outros setores do Governo no combate à violência. “Cada vítima que a gente perde no nosso Estado nos causa uma dor muito grande. E vem o questionamento: o que temos que fazer para impedir que esse feminicídio tivesse acontecido?”, afirmou.
A secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza da Silva, ressaltou a necessidade de políticas públicas integradas. “Essa ação da Alems é o fortalecimento das legislações para que sejam aplicadas. Sabemos que o feminicídio é uma epidemia não apenas em MS, no Brasil, mas no mundo. É na mudança de comportamento que vamos conseguir entender e diminuir. Quando a juventude compreender que a mulher tem sua independência e que nosso corpo não é propriedade do homem, vamos conseguir mudar”, disse.
Viviane ainda destacou a importância do trabalho nas escolas. “São 349 escolas e 341 grêmios estudantis recebendo verbas para conscientização dessas crianças e famílias, mudando essa geração”, destacou.
A primeira-dama, Mônica Riedel, reforçou a necessidade de políticas públicas. “Os dados estão aí e precisamos fazer essa gestão para resolver. E isso está sendo feito”, disse. Ela destacou que, embora agosto seja o mês de maior visibilidade, as ações de conscientização acontecem durante todo o ano.
“É importante que as pessoas se informem sobre violência. Muitas vezes, a mulher não sabe que está passando por isso. A partir do momento em que reconhece a violência, ela sabe que terá apoio e ajuda em todos os sentidos”, completou.
O deputado estadual Gerson Claro (PP) ressaltou que o combate à violência contra a mulher também passa pela desconstrução do machismo estrutural. “Quem aqui nunca ouviu a frase ‘isso é coisa de mulher’, ‘de mulherzinha’, ou ‘homem que é homem não chora’? Isso nos é dito desde criança, reforçando essa cultura machista”, afirmou.
Ele acrescentou que os homens precisam assumir responsabilidade nesse processo. “Eu costumo dizer que nada muda se a gente não mudar. Essa mudança começa dentro de casa, só assim vamos transformar a realidade do nosso Estado”, concluiu.
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