De bicheiro a miliciano, sistema federal em MS mantém presos "ilustres" em 2026
Lista ainda tem Marcinho VP, líder do Comando Vermelho, que ficará por mais 3 anos em regime rígido

Em 2026, a Penitenciária Federal de Campo Grande continuará sendo a "casa" de criminosos de alta periculosidade e figuras notórias do país. Nesta semana, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a manutenção de Marcinho VP e Rogério Andrade no sistema, que ainda abriga milicianos e o controverso preso do atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
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A Penitenciária Federal de Campo Grande manterá em 2026 sua posição como uma das maiores unidades prisionais federais do país, com 130 detentos. Entre os internos de alta periculosidade estão Marcinho VP, líder do Comando Vermelho, e o bicheiro Rogério Andrade, além de Adélio Bispo, conhecido pelo atentado contra Jair Bolsonaro em 2018. A unidade também abriga policiais militares da Bahia presos na Operação El Patrón e Lyferson Barbosa da Silva, condenado por homicídio e suspeito de liderar organização criminosa mesmo detido. O presídio faz parte do sistema federal que conta com 549 detentos distribuídos em cinco unidades, cada uma com capacidade para 208 internos.
Segundo o levantamento obtido via Lei de Acesso à Informação pela organização Fiquem Sabendo, a Penitenciária Federal de Campo Grande abriga 130 detentos, o mesmo número da unidade de Porto Velho (RO), o que as coloca empatadas no topo como as penitenciárias federais com maior número de internos do país.
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Entre eles, o já citado Marcinho VP, apelido de Márcio dos Santos Nepomuceno, líder do Comando Vermelho. Pela decisão judicial, ele ficará no sistema federal por mais três anos, ainda sem decisão sobre possível transferência.
Considerado de alta periculosidade, Marcinho VP está em presídio federal desde janeiro de 2007 e tem condenações que somam 55 anos e 8 meses de reclusão. Na decisão, o juízo afirmou que a manutenção do apenado no sistema federal continua necessária para dificultar articulações criminosas no Rio de Janeiro.
A decisão cita ainda a megaoperação Contenção, deflagrada em 28 de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, áreas consideradas reduto de Marcinho VP, para alertar sobre o "risco do retorno do apenado ao sistema penal do estado".
Ficou - O bicheiro Rogério Andrade está em Campo Grande desde novembro de 2024 e quase conseguiu voltar para unidade prisional no Rio de Janeiro.
No início deste mês, a 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça havia revogado a permanência do contraventor no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), ao entender que ele não tem perfil para continuar no sistema penitenciário federal. O relator do processo, desembargador Marcius da Costa Ferreira, que assinou a decisão, disse que o RDD possui natureza excepcionalíssima e só deve ser aplicado quando verificada sua efetiva indispensabilidade.
Mas um novo pedido de inclusão no RDD, que terá duração de um ano, foi deferido em 29 de setembro de 2025 pelo Juízo da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro) e ratificado na última terça-feira (25) pela juíza corregedora substituta da unidade federal, Franscielle Martins Gomes Medeiros.
Rogério foi inicialmente preso em outubro de 2024, após denúncia oferecida à Justiça pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) pelo homicídio qualificado de Fernando de Miranda Iggnacio, ocorrido em novembro de 2020, no estacionamento de um heliporto no Recreio dos Bandeirantes, quando a vítima retornava de helicóptero de sua casa de praia em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense.

Adélio Bispo de Oliveira ganhou notoriedade em 2018, quando tentou matar o então candidato à presidência Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral. O atentado ocorreu em 6 de setembro de 2018, e Adélio foi preso em flagrante logo após o crime. Desde então, ele passou por diversos processos judiciais, sendo diagnosticado com transtornos mentais, o que resultou em sua internação e posterior prisão em unidades de segurança máxima.
Em agosto de 2020, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu pela transferência de Adélio para a Penitenciária Federal de Campo Grande, considerando a necessidade de isolamento para garantir a sua segurança e evitar o risco de novos ataques. Em 2021, o STJ ratificou a permanência de Adélio em uma unidade federal, a fim de preservar a ordem pública, dada a alta repercussão do seu crime e os riscos à sua integridade caso fosse mantido em unidades prisionais convencionais. Desde então, ele segue cumprindo sua pena em Campo Grande.
Milícia - Em MS, ainda estão três policiais militares da Bahia, Jackson Macedo Araújo Júnior, Josenilson Souza da Conceição e Roque de Jesus Carvalho, presos na operação Operação El Patrón, e foram transferidos para a Penitenciária Federal de Campo Grande em 16 de janeiro de 2024. A decisão judicial considerou a periculosidade do grupo, que respondia por crimes como lavagem de dinheiro ligada a jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada.
Lyferson Barbosa da Silva foi condenado a 26 anos e quatro meses de reclusão pelo assassinato do médico Artur Eugênio de Azevedo, crime que ocorreu em 2014 em Jaboatão dos Guararapes (PE) e cuja condenação foi confirmada em 2016. Em 2024, ele foi transferido para Campo Grande, em decisão motivada pelas suspeitas de que, mesmo preso, continuava dando ordens para ataques a escolas, repartições públicas e hospitais em Pernambuco.
Lyferson foi alvo da Operação Efeito Helicóptero, desencadeada nesta quinta-feira (27), sob suspeita de envolvimento em uma quadrilha acusada de movimentar cerca de R$ 500 milhões em um ano com tráfico e lavagem de dinheiro. Apesar de estar detido na penitenciária, ele teria continuado atuando como líder da organização, o que reafirma, segundo investigadores, a necessidade de mantê-lo em regime federal de segurança máxima.
Conforme os dados divulgados, há 549 presos nas penitenciárias federais nas unidades de Brasília (76), Campo Grande (130), Catanduvas (125), Mossoró (88) e Porto Velho (130). Cada unidade tem capacidade para 208 internos.
Após a transferência, o detento passa por um período de 20 dias em uma cela de inclusão, onde é orientado sobre seus direitos e deveres, recebe um kit com uniformes e materiais de higiene, e é avaliado clinicamente para garantir a continuidade de tratamentos médicos.
A transferência para essas unidades ocorre apenas para detentos que desempenharam funções de liderança em organizações criminosas ou cometeram crimes graves, e eles podem permanecer por até três anos, com prorrogação baseada em decisão judicial.
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