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Capital

Defensoria registra aumento de 55,9% nos pedidos de ajuda de mulheres

Em 2025, foram registrados 8.774 atendimentos em Campo Grande, sendo 3.806 medidas protetivas concedidas

Por Ana Paula Chuva e Clara Farias | 28/11/2025 10:56
Defensoria registra aumento de 55,9% nos pedidos de ajuda de mulheres
Painel mostra número de atendimentos às mulheres (Foto: Clara Farias)

O crescimento dos casos de violência doméstica em Mato Grosso do Sul tem pressionado a rede de proteção e impulsionado o volume de atendimentos da Defensoria Pública do Estado, que registrou quase 400 mil demandas em 2025. Só na Capital, mais de 8 mil mulheres buscaram ajuda, número considerado “significativo” pelo defensor público-geral, Pedro Paulo Gasparini.

RESUMO

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A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul registrou aumento de 55,9% nos pedidos de ajuda de mulheres vítimas de violência doméstica em 2025, totalizando 8.774 atendimentos na Capital. Para atender à crescente demanda, a instituição dobrou a equipe na Casa da Mulher Brasileira e ampliou o horário de funcionamento.O órgão contabilizou 392.422 atendimentos gerais no estado durante o ano, incluindo 18.975 casos relacionados à saúde e 26.869 no sistema prisional. Na Capital, foram concedidas 3.806 medidas protetivas, e o núcleo especializado passou a investir em ações preventivas nas cidades fronteiriças.

Para dar conta da alta procura, a Defensoria dobrou a equipe que atua dentro da Casa da Mulher Brasileira e ampliou o horário de atendimento, que agora funciona das 7h às 19h, alcançando mulheres que chegam ao local durante a madrugada. “Esse aumento mostra a importância da união das instituições e da rede de proteção”, afirmou Gasparini.

A coordenadora do NUDEM (Núcleo de Defesa da Mulher), Kriscilane Oliveira Souza Oksman, lembra que a estrutura foi reforçada após o assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, em fevereiro deste ano, caso que expôs fragilidades no fluxo de atendimento. “Passamos a ter uma equipe fixa, de segunda a sexta, e ampliamos o atendimento psicossocial dentro da própria Defensoria”, disse.

Em 2025, o NUDEM registrou 3.806 medidas protetivas concedidas e 8.774 atendimentos na Capital, contra 5.629 em 2024. O número representa aumento de 55,9% de pedidos de ajuda por conta de violência doméstica.

Para Kriscilane, o aumento consecutivo nos casos de feminicídio — o segundo ano seguido com alta — evidencia que apenas a resposta repressiva já não é suficiente. O núcleo passou a investir em ações preventivas, com capacitações da rede e atividades educativas em municípios como Caracol, Ponta Porã e cidades da fronteira sul.

Até o dia 24 de novembro deste ano, o Estado registrou 37 feminicídios, sendo seis casos em Campo Grande, entre eles o caso da mãe e do bebê de dez meses que foram asfixiados e depois carbonizados. Os corpos de Vanessa Eugênia Medeiros e Sophie Eugênia foram encontrados na região do bairro Indubrasil, e o autor José Augusto Borges de Almeida acabou preso em flagrante.

Números gerais - O balanço geral mostra que a Defensoria encerrou o ano com 392.422 atendimentos em Mato Grosso do Sul, 18.760 a mais que em 2024. Na Capital, foram 152.034.

Entre os destaques estão os atendimentos do NAS (Núcleo de Atenção à Saúde), com 18.975 atendimentos e 2.915 ações judiciais por medicamentos, exames e internações. O NUCCON (Núcleo do Consumidor e Cível Residual) registrou 21.322 atendimentos, sendo a maioria de idosos vítimas de descontos irregulares do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

No NUFAMDS (Núcleo da Fazenda Pública, Moradia e Direitos Sociais), foram registrados 7.637 atendimentos, incluindo ações nas favelas e encaminhamento da ocupação da Vila Bordon.

Já no sistema prisional, foram 26.869 atendimentos, além de 4.941 audiências de custódia e 5 mil análises que identificaram 46 prisões irregulares. O levantamento mostra ainda que 20,25% dos custodiados relataram violência policial, quase três vezes a média nacional (7%).

Defensoria registra aumento de 55,9% nos pedidos de ajuda de mulheres
Defensor público-geral Pedro Paulo Gasparini falando sobre os dados (Foto: Clara Farias)