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Em busca do “melhor amigo animal” público lota feira de adoção do CCZ

Primeira feira do ano do Centro de Controle de Zoonoses oferece 100 bichinhos, entre gatos e cachorros, que ganham lar na adoção consciente

Izabela Sanchez e Bruna Pasche | 19/01/2019 11:26
Cãezinhos dormem nos potes de ração enquanto esperam os futuros donos (Foto: Bruna Pasche)
Cãezinhos dormem nos potes de ração enquanto esperam os futuros donos (Foto: Bruna Pasche)
Procura pelos bichinhos na primeira feira de adoção do CCZ já é grande durante a manhã deste sábado (19) (Foto: Bruna Pasche)
Procura pelos bichinhos na primeira feira de adoção do CCZ já é grande durante a manhã deste sábado (19) (Foto: Bruna Pasche)

A manhã de sábado (19) no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) está cheia de fofura animal. Meio sonolentos, 100 cachorros e gatos – adultos e filhotes – aguardam um futuro lar junto ao público que lota a primeira feira de adoção do ano. O evento, que começou às 9h, segue até às 17h para atender a demanda cada vez mais crescente pela adoção consciente.

Coordenadora do Centro, Iara Helena Domingos, explica que todos os bichinhos são recolhidos nas ruas da cidade. Essa época do ano, explica, registra um aumento de animais recolhidos. coordenadora do CCZ. “Porque as pessoas viajam, os animais podem se perder e escapar. E por conta dos fogos muitos animais fogem”, comenta.

A busca pelo melhor amigo animal, conta ela, é maior durante a tarde, mas nesta manhã o ambiente já estava movimentado. Para adotar um bichinho, o candidato precisa ter no mínimo 18 anos e levar documentos de identidade. Enquanto os interessados buscam o cachorro ou gato que os conquista, funcionários realizam uma “entrevista informal”. O objetivo é analisar se os futuros donos tem condições de ter um bichinho em casa.

“Tem que ter um local adequado, com espaço, fechado para não fugir”, orienta Iara. Ao adotar um animal, o candidato assina um termo de adoção e assume uma responsabilidade junto ao CCZ, podendo, inclusive, ser autuado por maus tratos ou descaso.

Os animais adultos já são levados castrados e com microchip para acompanhamento. Já os filhotes devem ser levados novamente ao centro, após cerca de seis meses, para realizar os procedimentos.

A coordenadora opina que cada vez mais a busca pela adoção tem aumentado, o que indica uma nova consciência dos seres humanos com os animais de estimação. “Adotar é um ato de compaixão. Antes de adotar esse bichinho vai ser de estimação, a maioria não é para segurança ou caça. São animais que foram perdidos ou abandonados, com problemas, vulneráveis”, explica.

Evelin, à direita, com a recém adotada Matilda (Foto: Bruna Pasche)
Evelin, à direita, com a recém adotada Matilda (Foto: Bruna Pasche)

A estudante Evelin Rocha, 16 anos, foi junto com o namorado – já maior de idade – em busca de uma fêmea canina, um presente para a sogra. O objetivo era encontrar um animal de grande porte, mas os dois acabaram por levar uma cachorra menor. “Na minha casa o espaço é limitado e não quero deixá-la em um local onde não terá espaço para brincar”, explica Evelin.

Matilda, o nome escolhido, é uma ideia que surgiu pelas características da cachorra, brinca Evelin, “que parece uma velhinha”.

Gabrielle Ocampos, 22, autônoma, experimenta o ato de adotar um bichinho pela primeira vez e aproveitou a oportunidade para fazer com que o filho perca o medo de cães. Tímido, o menino assentiu com a cabeça ao ser questionado sobre “ter perdido o medo”. Foi ele quem escolheu uma cachorrinha, que agora ganhou um novo lar.

Marcos Vinicius Oliveira, 45, foi com a mulher Luciene Teixeira, 42 e os dois adotaram um cachorro adulto. O animal que havia sido escolhido, inicialmente, se mostrou arisco e até um rosnado emitiu para Marcos. Foi então que ele mudou de ideia: escolheu um que lambeu sua mão ao receber um afago. “Estou levando para nos fazer companhia. Fiz carinho no outro e lambeu minha mão. Pensei: é esse”.

"Rejeitado" por ter rosnado para Marcos, o cãozinho aparenta simpatia (Foto: Bruna Pasche)
"Rejeitado" por ter rosnado para Marcos, o cãozinho aparenta simpatia (Foto: Bruna Pasche)

O casal de estudantes Carol Moura, 21, e Eduardo Haibara, 19, foram à feira em busca de um novo integrante para a família, que já tem dois gatos adotados. A cachorrinha escolhida “cabe na palma da mão”. O motivo, contam, é que moram em um apartamento.

“Já temos dois gatos, recolhi um da rua e o outro de um vizinho que maltratava. Nunca gostei de comprar animal porque sempre vi que eram maltratados, estava faltando um cachorro pra família, fiquei sabendo da feira e viemos”, relata Carol.

Gatinhos levados pela ong "Anjos de 4 patas" (Foto: Bruna Pasche)
Gatinhos levados pela ong "Anjos de 4 patas" (Foto: Bruna Pasche)

Apoio de ong – O CCZ tem apoio da ong “Anjos de 4 patas”, que distribui, no ato da adoção Quem adota uma vasilha para alimentação dos bichinhos e dois pacotinhos de ração. Além disso, a ong levou para a feita 16 gatinhos – filhotes – para serem levados a um novo lar.

Presidente da ong, Daniela Reis, afirma que a entidade apoia todas as feitas. Depois da adoção, comenta, os donos tem 4 meses de adaptação junto aos animais, período em que os bichinhos podem ser devolvidos. Ainda assim, conta, o retorno ao CCZ é raro, e na opinião de Daniela, o motivo é a consciência sobre adoção responsável.

Além disso, a ong e o Centro acompanham de perto o processo de adoção. O termo assinado pelos donos autoriza o acompanhamento das instituições nas casas para onde foram levados os animais. “Estamos muito felizes de participar. Somos contra a venda de animais. Queria que todos deixassem o local rumo a um novo lar”, declarou.

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