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Capital

Viagem de aplicativo fica até 70% mais cara em dia sem ônibus na Capital

Trajetos da região central para os bairros, contrafluxo do movimento matinal, mantêm os preços

Por Anahi Zurutuza e Cassia Modena | 15/12/2025 06:54
Viagem de aplicativo fica até 70% mais cara em dia sem ônibus na Capital
Viagem que normalmente custa R$ 30 passou dos R$ 50 no início da manhã (Foto: Reprodução)

Em dia sem ônibus nas ruas de Campo Grande, o preço da viagem em carro de aplicativo está até 70% mais caro, dependendo do trajeto e horário. Dos bairros do sul da Capital para o Centro, por exemplo, usuários chegam a pagar quase o dobro pelo percurso.

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A greve dos motoristas de ônibus em Campo Grande provocou aumento de até 70% nos preços das corridas por aplicativo. Usuários que fazem trajetos do sul da Capital para o Centro chegaram a pagar o dobro do valor habitual, como no caso de uma passageira que desembolsou R$ 51 por uma viagem que normalmente custa R$ 30. A paralisação, iniciada nesta segunda-feira (14), foi motivada pelo atraso no pagamento dos salários dos funcionários do Consórcio Guaicurus. A greve afeta mais de 100 mil pessoas que dependem do transporte público diariamente na Capital, onde o sistema registra cerca de 72 mil quilômetros rodados por dia.

Antes das 6h, Rafaela da Silva, de 24 anos, precisou de carro para sair do Jardim Centro-Oeste, extremo sul da cidade, para chegar ao trabalho no Bairro Santa Fé e pagou R$ 51, enquanto normalmente desembolsa R$ 30 pela viagem. Calculando o trajeto ao contrário, como se fosse a volta para casa, a Uber cobraria R$ 25. A diferença no valor se dá, provavelmente, pela disponibilidade de motoristas nas diferentes regiões.

As viagens da região central para os bairros, contrafluxo do movimento matinal, portanto, mantêm os preços que os passageiros costumam pagar.

A gerente financeira de escritório de advocacia Anny Moura, de 33 anos, não percebeu diferença no valor para trajeto que faz de casa para o trabalho normalmente. Para ir do bairro Mata do Segredo até o Carandá Bosque pagou R$ 19. "Preço normal, mas esses dias não estava não. Cheguei pagar 70 reais pra ir trabalhar".

A estudante Rebeca Gonçalves, de 16 anos, conta que saiu de casa mais cedo para ir até a escola a pé. Ela mora no Bairro Vida Nova e estuda na Escola Estadual José Maria Hugo Rodrigues, na Mata do Jacinto, um trajeto de pelo menos 6 km. "Saí 6h20 e sabia que ia ter greve. Minha avó teve que pegar Uber para ir ao trabalho porque é uma caminhada maior para ela".

Leila Barbosa, de 63 anos, esqueceu-se da greve e foi parar no ponto de ônibus ao lado da filha Thaís. Ela não reclama do preço da viagem de carro por aplicativo, mas da demora para conseguir um veículo. "Está demorando para os motoristas aceitarem".

Terminais e pontos de ônibus de Campo Grande amanheceram vazios nesta segunda-feira (14) com o início da greve geral dos motoristas do transporte coletivo. Os motoristas do Consórcio Guaicurus deflagraram a paralisação após o atraso no pagamento dos salários e a greve afeta diretamente mais de 100 mil pessoas que dependem do transporte público na Capital.

Os motoristas decidiram cruzar os braços na última quinta-feira (11), em assembleia geral. A categoria cobra o pagamento integral dos salários, que deveriam ter sido depositados no dia 5 de dezembro, além de outros direitos em atraso.

A paralisação impacta diretamente a rotina da classe trabalhadora, que usa o transporte coletivo para se deslocar até o trabalho. Dados do próprio Consórcio Guaicurus indicam que, em agosto do ano passado, a média mensal de passageiros transportados era de 3.248.211.

Já as informações mais recentes da 32ª edição do perfil socioeconômico do município, divulgada pela Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) em agosto de 2025, com base em dados de 2023, apontam que o sistema registra média diária de 116.166 passageiros em cerca de 72 mil quilômetros rodados por dia.

Viagem de aplicativo fica até 70% mais cara em dia sem ônibus na Capital
Passageira pede viagem em carro de aplicativo (Foto: Anahi Zurutuza)

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