Sem demonstrar remorso, réu ouve depoimentos sobre plano para matar mãe e filha
João Augusto Borges acompanha os depoimentos no Fórum de Campo Grande sobre duplo feminicídio
A primeira audiência sobre o duplo feminicídio de Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e sua filha, Sophie Eugênia, de 10 meses, revelou detalhes sobre o crime. O réu, João Augusto Borges, de 25 anos, teria pedido ajuda a um colega de trabalho para queimar os corpos das vítimas, duas semanas antes do crime. A informação veio à tona durante o depoimento da testemunha de acusação nesta terça-feira (12).
RESUMO
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A primeira audiência sobre o duplo feminicídio de Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e sua filha, Sophie Eugênia, de 10 meses, ocorreu em Campo Grande. O réu, João Augusto Borges, de 25 anos, acompanhou os depoimentos sem demonstrar remorso. Testemunhas de defesa e acusação foram ouvidas, revelando detalhes sobre o crime premeditado. O delegado Rodolfo Daltro relatou que os corpos foram encontrados parcialmente queimados e que João confessou o crime, expressando preocupação com a prisão e a possibilidade de pagar pensão. Testemunhas afirmaram que o réu havia manifestado a intenção de matar a companheira e a filha dias antes do crime.
Segundo o colega, que pediu para que João se retirasse da sala durante seu depoimento, o réu havia expressado sua intenção de matar a companheira. "Ele falou para mim que ia matar a mulher. Perguntei 'e a filha?', e ele falou 'ela vai junto'", relatou a testemunha. O homem ainda contou que João planejava enforcar Vanessa e queimar os corpos, chegando a oferecer o carro para que o colega o ajudasse. O pedido foi recusado.
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Ainda conforme a testemunha, no dia em que João cometeu o crime, ele chegou contando o que fez. "Ele chegou e falou: 'Está feito', falando para o gerente. Ele tinha um corte da mordida dela no corpo e mandaram-no ao posto. Ninguém acreditava nele", disse o rapaz.
O delegado da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodolfo Daltro, responsável pela investigação, também confirmou a premeditação do crime. Ele relatou que João havia dito a um outro colega que tinha o desejo de matar a companheira. O delegado soube do caso após dois corpos serem encontrados parcialmente queimados e, por meio de câmeras de segurança, identificou um carro transitando na região.
"No outro dia, identificamos um carro transitando na região por meio de câmeras. Descobrimos que as vítimas eram companheira e filha do suspeito, identificado pela placa", contou. Horas depois, João se apresentou na delegacia para registrar o desaparecimento das duas. "Quando cheguei, ele confessou. A preocupação dele era saber se seria preso e não demonstrou remorso. Deixou claro que não aceitava a separação porque acreditava que teria queda no padrão de vida se precisasse pagar pensão", relembrou o delegado.
Um vigilante que fazia ronda no bairro onde os corpos foram encontrados também testemunhou. Ele disse que viu um incêndio em uma área de vegetação seca e, ao se aproximar, percebeu que as chamas vinham de um corpo.
A audiência, realizada no Fórum de Campo Grande, contou com o depoimento de quatro testemunhas de acusação e uma de defesa. João, que chegou ao local escoltado por policiais, acompanhou os depoimentos sem demonstrar remorso. A única testemunha de defesa, que trabalhou na casa do réu, afirmou que ele nunca apresentou problemas psicológicos. "Quem conhece sabe que ele não é ruim... A Vanessa já morou na casa dele, com a mãe", disse.
A irmã de Vanessa, que mora em Chapadão do Sul, veio a Campo Grande para acompanhar a audiência. O réu e a vítima moravam na mesma casa há um tempo. Já o colega de trabalho que depôs sobre as ameaças e a proposta de ajuda para o crime afirmou que, no serviço, o réu era quieto, mas que bebia no trabalho e às vezes arrumava brigas.
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