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Capital

Hotel Campo Grande vale 35% a mais do que prefeitura estima, dizem donos

Município planeja fazer moradias populares calculou desapropriação em R$ 13 milhões, mas valor base do IPTU é R$ 20 milhões

Marta Ferreira | 19/08/2019 19:03
Prédio tem a maioria dos andares fechados desde 2001. Só o térreo está ocupado, por agência bancária e lojas de produtos populares. (Foto: Liniker Ribeiro)
Prédio tem a maioria dos andares fechados desde 2001. Só o térreo está ocupado, por agência bancária e lojas de produtos populares. (Foto: Liniker Ribeiro)

Está 35% abaixo da avaliação feita para cobrança do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) a previsão feita pela prefeitura para o pagamento da desapropriação do prédio do Hotel Campo Grande, em projeto que pleiteia recursos do governo federal para transformar o local em condomínio de moradias populares. A afirmação é do advogado Gervásio Alves Oliveira Junior, que representa os donos do hotel fechado há 21 anos.

Procurado pela reportagem, o advogado disse que a informação foi recebida com surpresa, mas que é “possível conversar” sobre o assunto. “O Poder Público tem a liberdade e a garantia constitucional para adotar esse tipo de medida”, afirmou. Depois, veio a ressalva sobre o valor. “O que causa estranheza é a prefeitura cobrar, há mais de 20 anos, IPTU sobre R$ 20 milhões, e apresentar avaliação de R$ 13 milhões”, citou.

A prefeitura pode, legalmente, desapropriar o prédio para interesses públicos, mas sem um acordo sobre o valor, os proprietários podem ir à Justiça. Gervásio admitiu a hipótese de surgir uma pendenga jurídica, mas observou que ainda não conversou com os clientes a respeito.
De acordo com ele, ainda existe na família, ligada aos tradicionais Coelho, a intenção de retomar o negócio, que este ano completa 50 anos. O que impedia, antes, eram dívidas tributárias, segundo ele já quitadas.

A reportagem tentou, sem êxito, falar com Maria Adelaide Noronha, neta do criador do hotel junto com outros parentes, Laudício Coelho.

Projeto – A proposta da prefeitura, apresentada pela segunda vez nesta segunda-feira (19) ao Ministério do Desenvolvimento Regional, na tarde desta segunda, é de transformar os 86 quartos e suítes em 117 unidades habitacionais, com menos de 30 metros quadrados.

A destinação seria a locação social, com preço abaixo do mercado, ou a venda pelo “Minha Casa, Minha”, para clientes com renda de até três salários mínimos.

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