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Capital

Jovem que participou de morte em porta de escola se livra de júri popular

Estudante foi morta a golpes de canivete em frente a escola; crime ocorreu em 2013

Luana Rodrigues | 19/11/2016 08:55
Dafni Ingrid de Lima, acusada de participar da morte de Luana. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Dafni Ingrid de Lima, acusada de participar da morte de Luana. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Luana Vieira Gregório, morta em 2013. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Luana Vieira Gregório, morta em 2013. (Foto: Reprodução/ Facebook)

Denunciada por homicídio doloso - quando há intenção de matar - ao participar da morte de Luana Vieira Gregório de 15 anos, em 2013, Dafni Ingrid de Lima, hoje com 22 anos, não irá a júri popular e vai responder apenas por lesão corporal dolosa.

Luana morreu depois de levar um golpe de canivete no peito, desferido por uma adolescente, de 15 anos na época, durante uma briga, na saída da Escola Estadual José Ferreira Barbosa, na Vila Bordon, em Campo Grande.

O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, entendeu que Dafni não teve a intenção de matar a estudante, já que foi uma terceira pessoa, a adolescente, quem desferiu os golpes, que acabaram levando a vítima a morte.

Indicando depoimentos da própria acusada e de testemunhas, o juiz afirma que não é possível afirmar, nem comprovar que Dafni teve a intenção de matar Luana e que seria incoerente atribuir responsabilidade pelo crime a ela.

“A interpretação dispositivo não é outra senão aquela na qual se conclui que a morte somente pode ser imputada à menor, respondendo Dafni tão somente pelas lesões causadas. Entender de outra forma seria atribuir responsabilidade objetivação agente delitivo, que sequer previu o resultado, não havendo, portanto, falar em culpa (consciente) ou dolo (eventual) por parte da ré neste caso”, descreveu.

A sentença foi proferida no dia 5 de agosto, mas só foi publicada em Diário Oficial nesta semana. Como o processo ainda tramita na própria 2ª Vara do Tribunal do Júri, Dafni responderá em liberdade, precisando comparecer em cartório a cada dois meses.

Revolta - A família de Luana está inconformada com a decisão. “A menina que matou foi condenada a quatro meses de serviço comunitário, nem presa não foi. Agora mais isso, a gente não aceita”, diz a tia de Luana, Jane Cristina Gimenes Gregório, 35 anos.

Os familiares contrataram um assistente de acusação, para tentar reverter a atual sentença, por meio de um recurso. O Ministério Público Estadual também não se manifestou sobre a decisão ainda.

A vítima deixou um filha, ainda bebê quando morreu, hoje a criança está com quatro anos. “O que vou dizer sobre a morte da mãe dela quando ela crescer, que a justiça foi feita? A justiça não foi feita”, considera a tia.

Em vídeo, estudantes aparecem espancando uma a outra, antes de golpe que resultou na morte de Luana. (Foto: Reprodução/ You tube)
Em vídeo, estudantes aparecem espancando uma a outra, antes de golpe que resultou na morte de Luana. (Foto: Reprodução/ You tube)

Morte em vídeo - A briga que levou Luana a morte ocorreu na manhã de 11 de setembro de 2013, e foi toda gravada em vídeo por estudantes, já que ocorreu em frente a escola Estadual José Ferreira Barbosa.

Os vídeos mostram o exato momento em que Dafni chega com um canivete e o deixa cair no chão, assim que entra na briga entre Luana e a outra agressora de 16 anos, na época.

Quem pega o canivete é um garoto, identificado como sobrinho do namorado da rival de Luana. Neste momento, o canivete ainda está fechado e, enquanto Dafni agride a estudante, a outra adolescente, por uns segundos, se distancia e pega o canivete da mão do garoto, abrindo e direcionando a Luana.

A vítima levou uma facada no abdômen e morreu após duas paradas cardíacas. Ela teria sido morta porque borrifou um perfume dentro da sala de aula. A agressora teria se irritado, porque é alérgica, e decidiu se vingar no final do expediente escolar.

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