Lojistas vão cobrar volta de parquímetro com bolo e "parabéns"
A ironia de celebração se dá pela demora de 43 meses para Prefeitura abrir edital do estacionamento rotativo

Em tom de ironia, lojistas farão manifestação no centro de Campo Grande com bolo e a canção 'parabéns' para cobrar a demora na abertura da licitação que permitirá a volta do estacionamento rotativo (parquímetros).
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Lojistas do centro de Campo Grande realizarão manifestação nesta quarta-feira (10) para protestar contra a demora na licitação dos parquímetros, suspensos há 3 anos e 7 meses. O ato, organizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), incluirá bolo e "parabéns" em tom irônico. A ausência do sistema de estacionamento rotativo tem prejudicado o comércio local, segundo o presidente da CDL, Adelaido Vila. A prefeitura, que anunciou o lançamento do edital para agosto, ainda não apresentou nova previsão para a licitação, que pode resultar na instalação de até 6,2 mil parquímetros na cidade.
Defendendo que a demora de 3 anos e 7 meses na licitação só aumenta o abandono do centro, a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) convocou todos os lojistas do centro para o ato simbólico que ocorrerá nesta quarta-feira (10), às 8h30, na esquina da Rua 14 de Julho com a Rua Barão do Rio Branco.
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Além dos parabéns com bolo, os manifestantes vão levar faixas para o protesto para cobrar a volta dos parquímetros, que, segundo os lojistas, melhorariam o comércio do centro.
O sistema de parquímetros está suspenso há mais de três anos, desde que o contrato com a empresa Metropark Administradora Ltda. (Flexpark) chegou ao fim em março de 2022.
A empresa operava cerca de 2.458 vagas rotativas em ruas centrais delimitadas pelo quadrilátero formado pelas avenidas Fernando Corrêa da Costa, Mato Grosso, Calógeras e Padre João Crippa.
A Prefeitura de Campo Grande tinha anunciado no mês passado que iria lançar no dia 29 de agosto o edital para a concessão do serviço de estacionamento rotativo na capital.
A promessa foi feita durante a apresentação do calendário oficial de obras e atividades em comemoração aos 126 anos da cidade, celebrados em 26 de agosto, no Parktec CG (Parque Tecnológico de Campo Grande).
Em abril do ano passado, a prefeita Adriane Lopes (PP) sancionou a lei que autoriza a nova concessão do serviço à iniciativa privada. O texto prevê a instalação de até 6,2 mil parquímetros, com possibilidade de ampliação para outros bairros, desde que haja concordância de moradores e comerciantes.
O contrato poderá ter validade inicial de 12 anos, renovável por igual período. Apesar da lei em vigor, a licitação não avançou.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para questionar o andamento do processo licitatório, mas, até o momento, o município não informou nova previsão nem em que etapa está a abertura do edital de licitação.
O lançamento do certame estava previsto, inclusive, na agenda de comemorações do aniversário de Campo Grande, em agosto. Porém, o evento que seria no dia 29 foi cancelado, sem futura data.
Impactos no comércio — O presidente da CDL Campo Grande, Adelaido Vila, informou à reportagem que um dos grandes problemas do centro atualmente é justamente a dificuldade do cliente de encontrar vaga para estacionar.
"A gente não tem esse lugar rotativo para estacionar e isso impacta na decisão do cliente de não permanecer no centro para fazer compras. Hoje, nós temos muitas ruas onde o cliente não acha vaga e então não fica para consumir", disse Adelaido.
Segundo Adelaido, sem o parquímetro, as vagas estão sendo ocupadas por pessoas que moram em condomínios próximos ou que trabalham no centro. São pessoas que estacionam o carro de manhã e só voltam para buscar à noite.
Referente ao manifesto, o presidente da CDL disse que o ato será realizado para chamar a atenção para um problema enfrentado pelos lojistas do centro.
"Nós vamos cantar parabéns para os 43 meses sem estacionamento rotativo porque, assim, a gente está cansado de pizza; então, a gente resolveu fazer bolo. É um ato irônico porque, lamentavelmente, a gente não é ouvido. Eu, sinceramente, pelo pouco conhecimento que tenho na administração pública, não entendo como pode demorar tanto para se realizar um processo licitatório", finalizou.