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Capital

Mãe que confessou ter matado bebê já é ré por estupro e homicídio

Audiências do caso foram marcadas para janeiro do próximo ano

Anahi Zurutuza | 01/11/2021 19:40
Melany, de 5 meses, em foto tira pouco antes da morte (Foto: Direto das Ruas)
Melany, de 5 meses, em foto tira pouco antes da morte (Foto: Direto das Ruas)

Gabrieli Paes da Silva, de 21 anos, jovem que confessou ter matado a própria filha de 5 meses, responde na Justiça pelos crimes de estupro e homicídio qualificado por motivo torpe e emprego de asfixia. A menininha foi assassinada no dia 22 de junho deste ano, em Campo Grande, e a mãe alega que a filha estava com o “chip da besta” na cabeça.

“O crime de homicídio foi qualificado por motivo torpe, vil, repugnante”, argumentou o promotor de Justiça, José Arturo Iunes Bobadilha Garcia, ao oferecer denúncia contra Gabrieli, em julho.

Ele também denunciou a mãe da menina Melany Paes por estupro de vulnerável, já que a investigação comprovou que a mulher introduziu palito no canal vaginal e ânus da criança, causando ferimentos do bebê.

A denúncia contra Gabrieli, que está preso em Corumbá, foi aceita na 1ª Vara do Tribunal do Júri e testemunhas do caso começam a ser ouvidas em janeiro do próximo ano.

O crime - A mãe confessou o crime com uma versão macabra. Falou que no dia em que vacinou a filha, descobriu que ela tinha o "chip da besta" na cabeça e queria tirar isso da criança. Para isso, colocou a garotinha em uma bica d'água que servia de chuveiro.

A Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) conduziu a investigação. Na época, a delegada que estava à frente do caso, Eliane Benicasa, afirmou que não acreditava que a mãe tinha problemas psicológicos ou depressão pós-parto. "Ela ficou segurando a menina embaixo d'água, estava consciente que estava afogando a criança", disse.

O dono do imóvel onde Gabrieli morava com a filha relatou que o chuveiro da casa ficou ligado por cerca de quatro horas na data do crime. Como batia na porta e ninguém atendia, resolveu desligar o registro, sem desconfiar de que ela havia matado a criança.

Visita às amigas - Após cometer o crime, no dia 22 de junho, por volta das 20h, Gabrieli ainda colocou a bebê no carrinho e foi até a casa de amigas na Vila Bandeirantes. Sentou, bebeu cerveja, conversou, até que as outras jovens perceberam que Melany estava muito quieta.

Quando tocaram na criança, perceberam que ela já estava com o corpo rígido e correram para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon. Segundo as amigas, quando questionaram o que havia acontecido, e Gabrieli dizia: "não aconteceu nada" e ria.

A menina chegou morta ao posto de saúde, por volta das 22h, com ânus dilacerado e hímen rompido.

Insanidade - Apesar de a polícia sustentar que Gabrieli não é insana, amigos afirmaram que a jovem já teve "surtos" e chegou a apontar faca para um ex-namorado, sem "motivo nenhum". Também há relatos de uso de drogas e alucinações.

Na ficha de Gabrieli, há uma denúncia de 2016, feita pela própria mãe dela ao Conselho Tutelar, quando ela estava grávida do primeiro filho, hoje, com 4 anos. O teor da denúncia não foi divulgado. A delegada comenta apenas que a avó da criança teria dito que a filha estava "estranha" à época.

A jovem também tem vários registros na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) como vítima de ex-namorados.

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