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Capital

Mãe que matou bebê por acreditar em "chip da besta" é condenada a 6 anos

Após cometer o crime em junho de 2021, Gabrieli Paes ainda levou o corpo da filha para um encontro com amigas

Por Clara Farias | 13/05/2025 17:07
Mãe que matou bebê por acreditar em "chip da besta" é condenada a 6 anos
Gabrieli durante o júri nesta manhã, com rosto preservado a pedido do juiz (Foto: Henrique Kawaminami)

Gabrieli Paes da Silva foi condenada nesta terça-feira (13) a seis anos de reclusão em regime inicial semiaberto pelo homicídio da filha Melany Paes, de apenas cinco meses. O crime aconteceu em junho de 2021, no bairro Vila Bandeirantes, em Campo Grande. A ré foi julgada pelo Tribunal do Júri e condenada por homicídio doloso qualificado por asfixia, com redução de pena devido à semi-imputabilidade, reconhecida durante o processo.

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Gabrieli Paes da Silva foi condenada a seis anos de prisão em regime semiaberto pelo homicídio da filha, Melany Paes, de cinco meses. O crime ocorreu em junho de 2021, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A condenação por homicídio doloso qualificado por asfixia teve a pena reduzida devido à semi-imputabilidade da ré. Durante o julgamento, Gabrieli alegou ter agido por impulso, motivada pela crença de que a filha estava possuída por um demônio. A versão inicial, dada à polícia em 2021, de que tentou retirar um "chip da besta" da cabeça da bebê após a vacinação, foi modificada. A defesa alegou transtorno mental, o que resultou na redução da pena. O júri reconheceu a semi-imputabilidade. Gabrieli afogou a filha em uma bica d'água e depois levou o corpo para um encontro com amigas. A morte só foi constatada na UPA do Jardim Leblon, para onde a criança foi levada já sem vida.

Durante o julgamento, o juiz Carlos Alberto Garcete acolheu o pedido da defesa para preservar a imagem de Gabrieli. A sessão foi marcada por momentos de tensão, especialmente durante o interrogatório, quando os jurados foram autorizados a fazer perguntas à acusada.

Em uma das respostas, Gabrieli afirmou que a morte da filha não foi premeditada. “Foi como se fosse um impulso. Foi assim”, declarou. Ela também negou ter sido influenciada por alguém para cometer o crime.

À época do assassinato, a mulher disse às autoridades que acreditava que a bebê tinha o “chip da besta” na cabeça, uma ideia que surgiu após a vacinação da criança. Já no julgamento, tentou esclarecer: “Não sei se fui mal interpretada, mas falei que tirei de mim, não dela. Em relação à Melany, eu achava que ela estava possuída por um demônio. Acho que foi porque ela era um bebê muito inteligente”.

Gabrieli também foi questionada sobre o pai dos outros dois filhos, com quem viveu por três anos. Afirmou que ele era da umbanda, mas que sua fé sempre foi cristã. “Fui algumas vezes em festas da umbanda, mas não era minha religião”, disse.

Sobre o dia do crime, a ré contou ter dado dois banhos na bebê, um na banheira e outro sob a ducha, entre 16h e 17h. Depois, teria seguido a pé até a casa de amigas, levando Melany no carrinho. No entanto, disse não se lembrar do horário exato da chegada e nem do conteúdo das conversas com as amigas. “Não lembro se falei sobre o chip da besta. Também não sei quanto tempo levou para perceberem que ela estava morta”, completou.

A defesa alegou que Gabrieli apresentava sinais de transtorno mental no período do crime, o que foi reconhecido pelo júri como causa de redução da pena, levando à aplicação do regime semiaberto.

Mãe que matou bebê por acreditar em "chip da besta" é condenada a 6 anos
Bebê de 5 meses em foto tirada antes de morrer (Foto: Direto das Ruas)

Relembre o caso - Gabrieli Paes da Silva confessou o crime em depoimento à polícia e apresentou uma versão macabra. Segundo ela, após vacinar a filha, passou a acreditar que a criança carregava o “chip da besta” na cabeça e tentou retirá-lo. Para isso, teria colocado a bebê sob uma bica d’água usada como chuveiro, mantendo-a ali até afogá-la.

A investigação foi conduzida pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Na época, a delegada responsável, Eliane Benicasa, afirmou que Gabrieli estava consciente do que fazia. “Ela segurou a menina embaixo d’água e sabia que estava afogando a criança”, declarou, descartando indícios de depressão pós-parto ou outros transtornos mentais aparentes.

O proprietário do imóvel onde Gabrieli morava relatou que, no dia do crime, o chuveiro da residência permaneceu ligado por cerca de quatro horas. Ao perceber que ninguém atendia à porta, ele decidiu desligar o registro de água, sem imaginar que algo grave havia ocorrido.

Após cometer o crime, Gabrieli levou o corpo da filha para um encontro com amigas. Ela conversou com elas e chegou a consumir bebida alcoólica. A morte de Melany só foi percebida quando as amigas notaram que a bebê estava imóvel e com o corpo enrijecido. Desesperadas, correram com a criança até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon. A menina chegou morta ao posto de saúde, por volta das 22h, com ânus dilacerado e hímen rompido.

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