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Capital

"Narrativa criada pela polícia", alega defesa de réus por execução no Tijuca

Quatro foram denunciados por envolvimento em morte encomendada por Tiagão Paixão, preso como chefe do tráfico

Marta Ferreira | 25/06/2021 18:11
Caixão com o corpo de vítima é retirado de imóvel onde funcionava boca de fumo, no Tijuca. (Foto: Paulo Francis)
Caixão com o corpo de vítima é retirado de imóvel onde funcionava boca de fumo, no Tijuca. (Foto: Paulo Francis)

“A narrativa foi criada pela polícia da região, que há anos busca achar culpados pela criminalidade no bairro, porém sem êxito”, declarou ao Campo Grande News a defesa de quatro réus por envolvimento em execução ocorrida no Bairro Tijuca, no dia 31 de março. Para a Polícia Civil e o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o crime foi encomendado por Tiago Paixão Almeida, o “Boy”, preso desde dezembro de 2018 como chefe de organização criminosa dedicada ao tráfico.

Apesar de estar em cela do EPJFC (Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho), a "Máxima", Tiago Paixão, conforme o inquérito policial transformando em denúncia e depois em acusação pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, mandou matar o responsável por boca de fumo na Rua Antônio Meirelles Assunção. A via é um dos lados do "quadrilátero das mortes" no Tijuca, por causa dos crimes envolvendo a disputa pelo comando do comércio de drogas.

A investigação indicou Marcelo Rodolfo das Neves Oliveira, 23 anos, Thiago da Silva Gomes, 23 , Caio Cesar da Silva, 34, e Fabiano Saraiva, 20, como os responsáveis por cumprir a ordem, cada um com sua tarefa.

Só Marcelo Rodolfo está solto. A prisão preventiva dele foi decretada esta semana, quando também saiu ordem de prisão para “Boy”.

Os outros três foram presos na sequência da morte de Luiz Felipe da Silva, de 22 anos, com 13 tiros. No mesmo local, onde funcionava biqueira, ou seja, havia venda de drogas ilegais, estavam dois adolescentes de 15 anos. Um foi ferido e o outro saiu ileso.

Deles partiu a informação sobre o envolvimento de Tiago na situação.  O inquérito do 6º Delegacia de Policia Civil chegou à conclusão de que Luiz Felipe foi executado por comercializar entorpecentes sem a autorização de “Boy” e comprando de outros fornecedores.

Os três presos no dia, de acordo com a investigação policial, confessaram aos policiais responsáveis pela prisão tanto a autoria direta como o mando por Tiago Paixão.

Nesta sexta-feira (25), o advogado  Yahn Sortica, que representa Marcelo Rodolfo, Thiago, Caio Cesar e Fabiano Saraiva, afirmou à reportagem que os acusados negam qualquer envolvimento com os fatos narrados pela investigação criminal, muito menos com o "suposto mandante".

Sortica disse estar aguardando análise de pedido de liberdade para os clientes. Perguntado se Marcelo Rodolfo vai se apresentar, disse não ter esse dado. Segundo ele, o rapaz mora em Bela Vista, no interior do estado.

Tiago Paixão é representado por outra banca de defesa. Na manifestação prévia ao juiz, o argumento apresentado é de inexistirem provas de seu envolvimento na execução.

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