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Capital

Pais dormem em fila na Defensoria na tentativa de conseguir vaga em creche

Renata Volpe Haddad e Luana Rodrigues | 18/02/2017 09:28
Defensoria Pública está lotada de pais que buscam vagas em Ceinfs, para filhos. (Foto: André Bittar)
Defensoria Pública está lotada de pais que buscam vagas em Ceinfs, para filhos. (Foto: André Bittar)

Pais e mães que buscam vagas para os filhos nos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) de Campo Grande, começaram a chegar em frente à Defensoria Pública, na rua Antônio Maria Coelho, às 22h de ontem (17) para conseguir atendimento às 7h deste sábado (18). Em espera de mais de nove horas, 530 senhas foram distribuídas e o local está extremamente lotado.

Quem chegou de madrugada foi a vendedora Karen Nadiane Lino Amaro, 27, que tem uma filha de dois anos. "Cheguei às 2h e já tinha 50 pessoas na fila. Eu preciso tanto da vaga, porque meu salário é para pagar aluguel, comida e ainda pago R$ 320 para uma babá e não estou mais dando conta", desabafa.

A mesma situação acontece com a auxiliar de serviços gerais, Suellen Ferreira, 27. "Eu cheguei às 4h e tinha uma fila enorme, fiquei desanimada. Faz mais de um ano que estou esperando pela vaga em Ceinf e até hoje não consegui", comenta.

Ela diz ainda, que a prefeitura precisa entender que o pais têm que trabalhar e precisam ter onde deixar os filhos. "Quem que trabalha a semana inteira, vai optar passar a noite de sexta-feira em uma fila, com a esperança de vaga? Fazemos isso porquê precisamos".

A dona de casa, Cleide de Almeida Novaes, 20, tem três filhos. Ela conta que mora no bairro Caiobá e aguarda vaga em Ceinf há três anos. "Agora é só pela oração, me surpreendi com esse tanto de gente aqui", alega.

Foram distribuídas 530 senhas hoje (18). (Foto: André Bittar)
Foram distribuídas 530 senhas hoje (18). (Foto: André Bittar)

Conforme o defensor público e coordenador da unidade, Helkis Clark Ghizzi, todas as 530 senhas já foram distribuídas e um novo mutirão deverá ser realizado no mês que vem. "Daqui, os pais saem com esperança de que a defensoria vai intervir e a Justiça vai acatar a decisão", explica.

Sobre os trâmites, o defensor diz ainda que hoje estão sendo coletados os dados dos pais, e depois, a defensoria encaminha um ofício para a prefeitura. "Se a resposta for negativa, a defensoria entra com ação civil na Justiça e aí, é decidido se obriga ou não a prefeitura ceder a vaga".

Em 2016, mil pedidos foram encaminhados à Justiça e todos foram acatados pela prefeitura.

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