ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SÁBADO  04    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Para costureiras da prefeitura, fazer máscaras é chance de enfrentar crise

No Centro Emergencial de Produção de EPI’s serão produzidas 12 mil unidades para distribuição nas secretarias municipais

Maressa Mendonça e Liniker Ribeiro | 06/05/2020 16:25
Costureiras contratadas pela Prefeitura de Campo Grande (Foto: Kisie Ainoã)
Costureiras contratadas pela Prefeitura de Campo Grande (Foto: Kisie Ainoã)


As 69 costureiras autônomas contratadas pela Prefeitura de Campo Grande para produção emergencial de máscaras deram início aos trabalhos nesta quarta-feira (6) na incubadora municipal Mário Covas. A expectativa é que elas produzam mais de 241 mil unidades por mês. As peças serão distribuídas nas secretarias municipais.

Durante a inauguração do trabalho no Centro Emergencial de Produção de EPI’s, a primeira-dama de Campo Grande e presidente do FAC (Fundo de Apoio à Comunidade), Tatiana Trad comentou que existem outras quatro incubadoras do tipo em Campo Grande e esta foi escolhida por ser a primeira voltada para o setor têxtil. A intenção é levar o projeto para outras unidades.

Nesta incubadora já existiam 20 máquinas de costura, outras 10 foram adquiridas por meio da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social). Segundo Tatiana, serão confeccionadas 12 mil máscaras por dia.  “Estamos abertos a doações de materiais para costura para fazer a diferença e ajudar o maior número de pessoas. Esse projeto nasceu de uma necessidade nesse período em que estamos buscando soluções”, comentou.


Produtivas, todas as costureiras juntas deverão confeccionar 12 mil unidades por dia (Foto: Kisie Ainoã)
Produtivas, todas as costureiras juntas deverão confeccionar 12 mil unidades por dia (Foto: Kisie Ainoã)


Declaração semelhante foi dada pela vice-prefeita Adriane Lopes. “São oportunidades sendo geradas em meio a crise”. Ela acredita que o trabalho será referência para outras cidades no quesito geração de emprego.

Uma das costureiras que vai atuar na confecção das máscaras é Marlene Sebastião Leal, de 48 anos. Ela conta ter trabalhado em projeto semelhante pela Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), onde elaborava os Equipamentos de Proteção Individual para trabalhadores da construção civil. Quando surgiu essa oportunidade ela decidiu participar do processo seletivo e foi aprovada.

“É uma satisfação poder ajudar e ao mesmo tempo estar empregada”, declara. O dinheiro vai fazer muita diferença na família já que o marido de Marlene está impedido de trabalhar por fazer parte  do grupo de risco para a doença.

Autoridades de máscara na inauguração do projeto na Incubadora Municipal Mário Covas (Foto: Kisie Ainoã)
Autoridades de máscara na inauguração do projeto na Incubadora Municipal Mário Covas (Foto: Kisie Ainoã)


Quem também comemorou a oportunidade de emprego é Catiuce Souza, de 37 anos, que estava desempregada desde novembro do ano passado. A última ocupação dela foi como diarista em uma fábrica.

A costureira mora com os três filhos, sendo um adolescente, outro de 10 e outro de 4 anos.Segundo ela, os últimos meses foram complicados para a família em que a única fonte de recursos era a bolsa-família e a pensão de uma das crianças.

Catiuce aprendeu a costurar com mãe quando tinha 12 anos, mas nunca levou a atividade como profissão. “Agora graças a Deus consegui este emprego. Já estou até pegando o jeito”, diz ela, comemorando não apenas o emprego temporário. “É importante tanto para quem faz porque recebe quanto para quem vai ganhar porque se protege”.

Costureira Catiuce Souza, de 37 anos (Foto: Kisie Ainoã)
Costureira Catiuce Souza, de 37 anos (Foto: Kisie Ainoã)


Ao todo, serão confeccionadas 760.755 máscaras em 63 dias de trabalho na Incubadora Municipal Mário Covas.  Os produtos começam a ser distribuídos ainda este mês.Foram contratadas costureiras autônomas da comunidade que tiveram sua renda afetada pela pandemia do coronavírus.

O projeto foi idealizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e de Ciência e Tecnologia (Sedesc) e pelo FAC (Fundo de Apoio à Comunidade). Apoiam o projeto: Secretaria Municipal de Assistência Social – SAS, Fundação Social do Trabalho – Funsat e Secretaria Municipal de Saúde – Sesau.

Nos siga no Google Notícias