Para resistir à água, obra ganha "reforço" na Avenida Ernesto Geisel
Com investimento de R$ 48 milhões, intervenção na avenida Ernesto Geisel avança em três frentes de trabalho

No embate contra a erosão e a enxurrada, que resultam em constantes desmoronamento, as margens do rio Anhanduí, na avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, ganham um paredão de pedra reforçado.
A estrutura é formada por muro de gabião, que consiste em pedras dentro de uma gaiola metálica. Cenário das margens de outros cursos de água da Capital, o gabião na Ernesto Geisel tem um sistema diferente para resistir à força da enxurrada.
De acordo com o engenheiro Pedro Marcondes Machado, que fiscaliza a obra pela Sisep (Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos), o gabião tem maior ancoragem, com a tela se estendendo na horizontal, debaixo da via, por mais seis metros. Ele explica que esse modelo foi adotado para dar mais resistência ao paredão de pedra.
Entre o muro de gabião e o aterro, é colocada uma manta geotêxtil para evitar que o solo “fuja” por meio das pedras. A encosta tem o solo argiloso trocado por terra com maior resistência e estabilidade.
A obra avança em três lotes, num trecho que vai da rua da Santa Adélia até à Rua do Aquário. A previsão é que os lotes 1 e 3, que somam 982 metros, sejam entregues neste ano. O lote 2, com 848 metros, deve ser concluído em 2020.
A reportagem esteve nesta terça-feira (dia 12) na ponte da esquina da rua Bom Sucesso com a avenida, que é limite entre os lotes 2 e 3. O local foi interditado em 23 de janeiro. Lá, a estrutura é de gabião reforçado. Já próximo do shopping Norte Sul, a obra aumenta paredão de concreto na margem do rio.

Conforme o fiscal, concreto e gabião são boas soluções para obra. O primeiro será mantido nos trechos onde já existiam, mas onde as margens têm apenas vegetação, será feito paredão com pedras. “Por ser algo durável, com resistência, flexibilidade e permeabilidade”, diz o fiscal.
A cobertura vegetal não tem resistido às enxurradas levando à avenida a uma saga de estreitamento de posta por conta do processo erosivo.
Realizada pelas empreiteiras Gimma e Dreno, respectivamente de São Paulo e Paraná, a obra é tocada de segunda a sábado, sempre no período diurno. No quesito maquinário, a mais utilizada é a escavadeira, que retira o solo. Em segundo lugar, o rolo compactador é o mais requisitado.
O projeto inclui sistemas de degraus, em média a cada 30 metros, para reduzir a velocidade da água. Depois dos paredões para estabilizar os taludes, a via, que liga as regiões Norte e Sul de Campo Grande, terá asfalto refeito e vai ganhar ciclovia.
Por enquanto, uma margem segue em obras e a outra é de lixo. Do lado bairro ao centro, o trecho colado ao rio exibe restos de construção, resíduos domésticos e esqueleto de sofás.
Milhões – O lote 1, localizado entre as ruas Santa Adélia e Abolição, tem valor de R$ 13.122.999,31; o lote 2, que se estende da Abolição até a Bom Sucesso, totaliza R$ 21.975.000,00; enquanto o lote 3, no trecho entre Bom Sucesso e Rua do Aquário, tem valor de R$ 13.400.000,00.
A obra atende diretamente moradores dos bairros Marcos Roberto, Jockey Clube, Jardim Paulista e Vila Progresso.
O rio Anhanduí recebe as águas das bacias dos córregos Prosa e Segredo. Ao longo dos anos, os problemas se acumularam em assoreamento do leito, destruição dos barrancos, degradação ambiental e destruição do asfalto (engolido pela erosão).
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