ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 23º

Capital

Polícia investiga se homem achado morto foi vítima de "tribunal do crime"

Reportagem apurou que ex-namorada pediu ajuda a integrante do PCC contra violência doméstica praticada pelo homem

Marta Ferreira | 28/02/2020 17:08
Caso está sendo investigado em delegacia do Jardim Tijuca. (Foto: Arquivo)
Caso está sendo investigado em delegacia do Jardim Tijuca. (Foto: Arquivo)

Encontrado morto na noite desta quinta-feira (27) em terreno baldio no Bairro São Conrado, região sul de Campo Grande, o servente de pedreiro Agnaldo Rodrigues da Silva, de 36 anos, foi assassinado a pauladas e, segundo apurou a reportagem, pode ser mais uma vítima do “tribunal do crime” da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Conforme levantado, ele foi alvo de justiçamento por uma das lideranças da facção na região, o chamado “disciplina”, em razão de violência doméstica contra a ex-companheira.

A mulher, de 47 anos, havia se relacionado com Agnaldo quando trabalhou em clínica para dependentes químicos onde ele ficou internado, no interior de São Paulo. De acordo com o que a reportagem apurou, o namoro acabou, ela voltou para Campo Grande, em 2019, e ele veio atrás e passou a persegui-la.

Conforme as informações levantadas, ela se apresentou na delegacia e contou que já havia sofrido, inclusive, violência sexual por parte da vítima de assassinato. Registrou boletim de ocorrência e pediu medida protetiva, mas não adiantou. Diante disso, teria procurado um conhecido no bairro e pedido ajuda.

Essa pessoa, ligada ao PCC, conforme os levantamentos do Campo Grande News, chegou a chamar a atenção de Agnaldo, dias atrás, sem mudança de comportamento, novamente de acordo com o que a reportagem investigou. Procurado mais uma vez pela mulher, o integrante do PCC, então, foi atrás do servente de pedreiro para segundo “corretivo”, no dia 26 de fevereiro, quarta-feira.

Ela teria acompanhado o início do espancamento e deixado o local. Só teria sabido do resultado trágico depois e por isso procurou a polícia. Na investigação, figura como testemunha por enquanto.

O corpo foi achado neste terreno, no Bairro São Conrado. (Foto: Adriano Fernandes)
O corpo foi achado neste terreno, no Bairro São Conrado. (Foto: Adriano Fernandes)

À procura – O crime está sob investigação da 6ª Delegacia de Polícia Civil, no Bairro Tijuca. No contato feito pela reportagem com o delegado Bruno Urban, ele confirmou a identificação da vítima e disse que há um suspeito, com passagens policiais. O delegado disse que não poderia detalhar  caso nem confirmar as informações levantadas pela reportagem, para não atrapalhar as investigações em busca do autor do crime.

Os trabalhos são conduzidos pela delegacia e por integrantes do GOI (Grupo de Operações de Investigações), também da Polícia Civil.

O corpo da vítima ainda está no Imol (Instituco de Medicina e Odontologia Legal). Inicialmente, falou-se que o cadáver apresentava sinais de carbonização, mas o exame da perícia descartou essa possibilidade e identificou evidências de que a vítima recebeu pauladas até a morte. Agnaldo não tinha passagens policiais em Mato Grosso do Sul.

Nos siga no Google Notícias