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Capital

Polícia investiga três mortes de idosos em postos; prefeitura culpa frio

Edivaldo Bitencourt e Ricardo Campos Jr. | 30/05/2015 12:22

Em meio à greve dos médicos, que completa duas semanas, e o caos na saúde, três idosos morreram em sete horas após serem encaminhados para as unidades da rede municipal. Os pacientes têm mais de 80 anos e as mortes serão investigadas pela Polícia Civil. O município relaciona os casos ao frio.

A primeira morte foi do aposentado Francisco Dias dos Santos, 82 anos, que reside em Anhanduí. Após sentir dores no peito, o idoso fio até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário, na saída para São Paulo, às 10h26 desta sexta-feira (29). No entanto, por volta da 15h30, ele sofreu parada cardíaca e morreu.

Segundo a filha, Queli Cristina Oliveira, que registrou o caso, o pai tinha problemas de pressão e sofreu duas paradas cardíacas.

A segunda morte foi de Albina de Freitas Nesso, 80, que passou mal quando tomava banho na residência, no Bairro Silvia Regina, na saída para Aquidauana. Socorrida pelo Corpo de Bombeiros, a mulher foi encaminhada à UPA da Vila Almeida às 18h de ontem. Por volta das 22h45, ela teve parada cardíaca e morreu.

A terceira morte foi de Benedita Alves, 89, que passo mal e foi socorrida até o Centro Regional de Saúde do Bairro Nova Bahia, na saída para Cuiabá. Segundo o neto, Marcílio Acosta de Oliveira, 32, a avó foi transferida imediatamente para o Hospital Universitário, onde teve parada cardiorespiratória e faleceu às 21h20.

As mortes ocorreram durante a greve dos médicos, que só mantêm 30% do efetivo nas unidades 24 horas. Eles decidiram encerrar a greve na quarta-feira à noite, mas o retorno aos trabalhos depende da homologação do acordo entre o Sindicato dos Médicos e a prefeitura pela Justiça.

Explicação - Segundo o coordenador do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Eduardo Cury, pelo tempo de permanência desses pacientes nas unidades de saúde é improvável que a falta de leitos tenha influenciado nas mortes.

"Quando há uma morte muito rápida, mesmo que chegasse ao hospital e fosse atendido na hora, dificilmente salvaria. Possivelmente são pessoas fragilizadas, com comorbidades, ou seja, não tem só a doença que está levando ao hospital, mas tem outros problemas, como diabetes e hipertensão, que agravam o quadro", pontua.

Possível explicação para a sequência de óbitos pode ser o frio. "Baixa temperatura aumenta a chance de AVE e infartos, já que há o aumento da pressão arterial", afirma. Porém, apenas um exame detalhado nos corpos pode revelar o que levou ao óbito.

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