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Capital

Prefeito da Capital diz que Bíblia não considera umbanda religião cristã

Ludyney Moura e Michel Faustino | 16/08/2014 11:45
Olarte afirma que não há conflito de religiões na Capital (Foto: Marcos Ermínio)
Olarte afirma que não há conflito de religiões na Capital (Foto: Marcos Ermínio)
Juliana Zorzo afirma que Fundac vai apoiar projetos de outras religiões (Foto: Arquivo CGNews)
Juliana Zorzo afirma que Fundac vai apoiar projetos de outras religiões (Foto: Arquivo CGNews)

A polêmica em torno da proposta de inserir na programação da Quinta Gospel uma cantora espírita, que se apresenta com o show intitulado de Tecnomacumba, ainda deve permanecer, uma vez que tanto Prefeitura quanto Fundac (Fundação Municipal de Cultura) mantém o entendimento de não acatar recomendação do MPE (Ministério Público Estadual) de incluir em sua programação todas as religiões. Ele recorreu à Bíblia para adotar esta postura.

“Não existe conflito. Estão querendo construir uma guerra, procurando pelo em ovo. É livre a manifestação cultural de qualquer religião, mas a Quinta Gospel é destinada às religiões cristãs, católicos e evangélicos”, disse o prefeito Gilmar Olarte (PP), que lembrou que o evento foi criado por uma lei de autoria da vereadora Rose Modesto, e sancionada em 2012 pelo ex-prefeito Nelsinho Trad.

Paga com dinheiro público, a Quinta Gospel é realizada uma vez por mês sempre na mesma semana da chamada Noite da Seresta. Olarte aproveitou para dizer que se o MPE analisar a lei de criação do evento, terá conhecimento de que o evento é exclusivo das religiões cristãs, o que, segundo o prefeito, “biblicamente” não inclui a Umbanda e o Espiritismo.

A diretora-presidente da Fundac, Juliana Zorzo, revelou que esta a cargo da PGM (Procuradoria Geral do Município) a resposta para o Ministério Público. “Não há preconceito de forma alguma. A fundação vai apoiar qualquer manifestação cultural e religiosa que tiver respaldo na lei”, disse.

A polêmica teve início depois que o vereador Eduardo Romero (PTdoB) apresentou, na Câmara Municipal, um ofício encaminhado ao presidente da Tenda de Umbanda Pai Joaquim de Angola, Elson Borges dos Santos, que queria apresentação da cantora Rita Ribeiro, artista espírita e que apresenta o projeto “Tecnomacumba”.

“Como a religião é uma dimensão da cultura de um povo, o Estado laico ao patrocinar um evento cultural não pode discriminar uma religião”, pontua o teólogo e filósofo Wilian Martinhão. Para ele, a Bíblia, livro sagrado dos cristãos, não tem a intenção de sistematizar nenhuma religião, nem mesmo o catolicismo ou o protestantismo.

“Ela (a bíblia) é o produto de uma religião já constituída pelo Estado Romano, e sua interpretação por vezes foge da mensagem central de seu principal personagem, Jesus Cristo”, finaliza.

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