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Capital

Protesto no Centro é marcado por confusão e bate-boca com motoristas

Aliny Mary Dias e Evelyn Souza | 06/08/2013 10:56
Protesto começou às 9 horas de hoje (Foto: Cleber Gellio)
Protesto começou às 9 horas de hoje (Foto: Cleber Gellio)

O protesto de cerca de 40 sindicalistas, bancários e operários da construção civil contra o projeto que regulariza a terceirização de empresas do setor foi marcado por tumulto e discussões entre os manifestantes e motoristas. A ação começou por volta das 9 horas desta terça-feira e interditou parte da Avenida Afonso Pena.

Contra o PL 4330, projeto que permite por parte das empresas a contratação de terceirizados em todas as atividades, operários foram para a Avenida Afonso Pena com cartazes, faixas e camisetas.

Em frente à sede da Fiems, os trabalhadores bloquearam o trânsito a cada 15 minutos. Revoltados com a demora, motoristas discutiram, reclamaram e até furaram o bloqueio. O condutor de um Chevrolet Ágile avançou contra os manifestantes e entrou na contra mão da Rua João Rosa Pires.

A motorista Leni Aparecida de Matos reclamou do protesto. “Vocês não têm respeito, eu tenho horário para entrar no serviço”, disse aos manifestantes.

Alheios à confusão, os operários afirmam que irão fazer um novo protesto no dia 14 desse mês, mesma data da votação do projeto em Brasília. Os trabalhadores prometem sair em carreata às 11 horas, caso o projeto seja aprovado, a categoria organiza uma greve nacional para o dia 30 deste mês.

De acordo com o presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil), José Abelha, 70% dos trabalhadores da construção civil de Campo Grande são terceirizados. “Esse projeto irá fazer com que todas as empresas terceirizadas se regulamentem e o trabalhador perderá os direitos”, afirma.

Por outro lado, o diretor jurídico da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), João Campos, defende que o projeto deve ser aprovado. “O projeto é vantajoso para eles porque regulamenta a terceirização, sendo que muitas empresas estão ilegais. Muitos empresários contratam o serviço porque não compensa contratar funcionários por 15 dias ou um mês”, diz.

Ainda segundo a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a aprovação do projeto trará prejuízos à classe trabalhadora. A entidade afirma em nota oficial publicada no site que os trabalhadores serão substituídos por terceirizados.

“O PL permite a contratação de terceirizados em todas as atividades, inclusive na fim, a principal da empresa, que poderá funcionar sem nenhum contratado direto e fragilizará a organização e a representação sindical. O projeto também permite a substituição de todos os trabalhadores por terceirizados como forma de diminuir custos das empresas”.

Revoltados, motoristas discutiram com manifestantes (Foto: Cleber Gellio)
Revoltados, motoristas discutiram com manifestantes (Foto: Cleber Gellio)
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