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Capital

Quatro meses depois, vacinação não trouxe barulho nem família de volta ao asilo

Idosos e funcionários da unidade foram os primeiros a serem imunizados contra covid-19 na Capital

Aletheya Alves | 14/05/2021 09:14
Quatro meses depois, vacinação não trouxe barulho nem família de volta ao asilo
Idosa e funcionária do Asilo São João Bosco em corredor externo da unidade. (Foto: Marcos Maluf)

Junto às árvores que compõem o cenário do Asilo São João Bosco, poucos idosos e funcionários da equipe podem se aproximar dos portões externos. Mesmo completando quatro meses desde que os moradores receberam a vacinação contra covid-19, barulho de visitantes e presença das famílias continuam desaparecidos.

Em janeiro, quando 173 idosos e funcionários foram imunizados, a ideia era de que tudo voltaria ao “normal” de pouco em pouco, mas não é isso que tem acontecido, conforme explica a superintendente do asilo, Cléo Shamah. “Até agora continuamos do mesmo jeito em nossa rotina, o que mudou mesmo foi a segurança sobre casos de covid”.

Há mais de um ano de portas fechadas para a população, o asilo continua com restrições até mesmo para as famílias dos idosos. “Estamos priorizando chamadas de vídeo, mas em alguns casos deixamos que familiares venham até a parte da frente desde que respeitem o distanciamento", Cléo relata.

Quatro meses depois, vacinação não trouxe barulho nem família de volta ao asilo
Superintendente do asilo, Cléo Shamah explica que restrições continuam ativas por segurança. (Foto: Marcos Maluf)

Nada de abraço ou aperto de mãos. Quem é liberado para falar com os “vôs” e “vós”, como são chamados pela equipe, precisa continuar longe e, com isso, a distância até entre os mais próximos também segue. Já os visitantes não podem passar nem pelo portão.

As restrições são justificadas devido ao fato de que a maior parte da população segue sem vacina, inclusive familiares dos funcionários. Mesmo os idosos e a equipe estão restringidos a ficarem distantes do portão, garantindo que não haverá contato exterior.

Quatro meses depois, vacinação não trouxe barulho nem família de volta ao asilo
Placa de boas vindas para visitantes com horários disponívels é lembrança do mundo sem pandemia. (Foto: Marcos Maluf)

Assistente social, Paula Alencar Castro conta que a falta de visitas segue afetando tanto os sentimentos dos idosos quanto a manutenção do cotidiano no asilo. “Eles sentem falta porque o asilo era aberto, vivia cheio e nos finais de semana a gente tinha até 90 pessoas aqui dentro. Outro ponto é que as doações também caíram muito, cerca de 80%”, diz.

Acostumados com a movimentação e barulho de quem costumava fazer visitas, a história dos idosos tem continuado marcada pela companhia apenas dos funcionários.

Quatro meses depois, vacinação não trouxe barulho nem família de volta ao asilo

 A gente tenta fazer de tudo para manter aquela alegria, rotina, mas eles olham para a gente e dizem “estamos enjoados da cara de vocês”, então é complicado, Paula explica.

Agora, o imaginário da equipe, avôs e avós continua girando em torno da saudade de ver os moradores interagindo e contando histórias para a cidade. “Nosso sonho é ver as coisas voltando, a gente podendo levar eles para sair e isso aqui deixando de ficar vazio”, a assistente social completa.

Doações - Com a diminuição de doações, o asilo tem realizado campanhas para manter a manutenção no dia a dia. Para ajudar, a população pode entrar em contato com o Asilo São João Bosco através dos números (67) 3345-0500, 98404-5156 e 98402-7626 ou pelo site da instituição clicando aqui.

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