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Capital

Sem resposta de hospital, PM que luta contra câncer interrompe tratamento

Sargento Ricardo Fernando Nascimento Fonseca, de 36 anos, disse que a solicitação de troca da medicação foi feita há quase um mês

Maressa Mendonça | 17/06/2020 21:26
Sem resposta de hospital, PM que luta contra câncer interrompe tratamento
Sargento Fernando Fonseca ao lado da esposa (Foto: Arquivo Pessoal)


O sargento do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Ricardo Fernando Nascimento Fonseca, de 36 anos,  está correndo contra o tempo para conseguir manter o tratamento contra o câncer. Ele luta contra a doença desde 2017 e há 29 dias está sem nenhuma medicação porque as solicitações estão sob análise do Hospital da Cassems.

“Quem está em uma situação dessas não tem esse tempo”, lamenta o sargento, enfatizando que a doença se agravou no fim do mês passado. “Quando isso acontece o médico troca a medicação. Há 29 dia ele fez a solicitação de um bloqueador [hormonal] e quimioterapia. O hospital negou o bloqueador falando que a doença está em estágio avançado e que ele não poderia ser usado. A quimioterapia está em análise há mais de uma semana e eles não negam nem autorizam”, diz.

Fernando acionou a Justiça para garantir a continuidade do tratamento e tem expectativa que a resposta venha até o fim desta semana.

Na última sexta-feira, o sargento passou mal e teve de ficar durante duas noites no CTI. Com lesões nos ossos as dores são diárias e não tem um só dia que ele não sinta a necessidade de recorrer a um remédio para dores de cabeça. "Já estou desesperado", diz.

Desde a descoberta da doença em 2017 até maio do ano passado, o militar continuou atuando no Batalhão de Choque, mas teve de ser afastado após descobrir a existência de quatro tumores na cabeça. Segundo ele, os tratamentos são indicados enquanto ele viver."Espero que eu trate durante 50 anos".

A doença - Em 2017, o policial foi diagnosticado com câncer de mama e pouco depois descobriu que as células cancerígenas haviam se espalhado pelo organismo dele. Ele já apresentou lesões em vários ossos: na região da bacia, nas costelas e no crânio.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Cassems para saber se há previsão para liberação dos tratamentos. Em nota, a Cassems confirmou que houve solicitação de substituição do medicamento. “Contudo pelas evidências médicas a medicação é off label, ou seja, sem indicação para o tratamento e sem validação mediante os órgãos de controle, inclusive a Anvisa”, disseram.

O hospital informou que “ existem outras opções de tratamentos que possuem indicações para o caso, com cobertura assistencial garantida pelo Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS e disponibilizada pelo plano da Cassems”.

A reportagem questionou se as outras opções de tratamento podem ser feitas automaticamente. Eles responderam que, “os medicamentos que tiverem indicação em evidência e registrado pelo órgão regulador precisam ser solicitados pelo médico”.

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