ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Supermercado é assaltado pela 5ª vez em um ano em Campo Grande

Paula Maciulevicius | 01/04/2012 09:10

De forma rápida e violenta, a comerciante narra que a ação deve ter durado dois minutos, mas um tempo eterno para as vítimas

Na manhã de hoje o mercado abriu as portas normalmente. É o ganha pão de uma família que precisa trabalhar. (Foto: Pedro Peralta)
Na manhã de hoje o mercado abriu as portas normalmente. É o ganha pão de uma família que precisa trabalhar. (Foto: Pedro Peralta)

“É rotina. Não temos segurança nenhuma para trabalhar”. O desabafo é da comerciante de 50 anos, dona de um supermercado no bairro Vida Nova I, em Campo Grande. As palavras saem e ainda deixam transparecer o nervosismo na voz. Em um ano, este foi o quinto assalto sofrido.

A rotina é a mesma de muitos outros comércios que foram vítimas de assalto na onda de crimes que assombrou os mercadinhos de bairro em 2011. Eles chegam de motocicleta, descem já armados e não tiram o capacete em momento nenhum. Arma que intimida ainda mais as vítimas e as impede de reconhecer os autores.

O nervoso pelo qual a comerciante passou e ainda lida com a lembrança na manhã deste domingo, enquanto atende os clientes, começou às 21h de ontem.

“Eles abordaram meu esposo na calçada ainda, a gente estava ajeitando para fechar. Eles deviam estar só aguardando para render. Daí um rendeu ele e o outro entrou e já me abordou”, conta.

Segundo a dona do mercado, os dois estavam armados e muito nervosos. “Ele só falava para dentro, para dentro, para dentro, R$ 1 mil, me passa o dinheiro, R$ 1 mil reais”, lembra.

De forma rápida e violenta, a comerciante narra que a ação deve ter durado dois minutos, mas um tempo eterno para as vítimas. “Na verdade não dá para pensar em nada”, desabafa.

Do caixa eles levaram em média R$ 150 reais. O atrevimento dos bandidos mostra a falta de segurança no bairro. De acordo com as vítimas, eles pararam a motocicleta em frente do mercado. No momento do assalto, estava o marido, a dona, o filho e um funcionário.

A experiência que ninguém quer adquirir – de ser vítima de quatro assaltos – faz com que a dona pense se realmente vale a pena abrir as portas novamente. “É uma exposição muito grande, expõe a nossa família. O último assalto foi em pleno dia 24 de dezembro, a tarde. Ele só entrou, mostrou a arma para o meu funcionário e limpou o caixa”, diz.

Sem câmeras de circuito interno, nem vigias, a dona avalia se também valeria o investimento. “Na verdade eu não sei nem bem o que dizer, a marginalidade prevalece. Já fui assaltada 3h da tarde, em pleno mercado cheio de clientes. A outra vez foi 6h30 da manhã, a hora que íamos abrir. Não é o horário que facilita a ação deles, a marginalidade está demais, é uma falta de respeito com o trabalho dos outros”, finaliza.

Na manhã de hoje o mercado abriu as portas normalmente. É o ganha pão de uma família que precisa trabalhar. “Você não quer esperar por isso nunca, mas acaba virando rotina”.

Nos siga no Google Notícias