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Capital

Teleatendimento serve até para desabafo quando espirro já é sinal de alerta

Em dez dias, central criada para tirar dúvidas sobre coronavírus realizou 1.103 consultas por telefone, mas procura ainda é baixa

Tainá Jara | 11/04/2020 10:45
O serviço conta com 80 profissionais (Foto: Henrique Kawminami)
O serviço conta com 80 profissionais (Foto: Henrique Kawminami)

Sintomas comuns de qualquer resfriadinho ganharam sinal de alerta máximo com a pandemia do novo coronavírus. Por isto, não é preciso mais do que um espirro ou uma tosse para a população fazer uso do serviço de teleatendimento disponibilizado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

As dúvidas quanto aos sintomas são as mais comuns e geralmente vêm carregadas de desabafo diante a angústia causada pela situação excepcional.

Em dez dias de funcionamento, o serviço criado para tirar dúvidas sobre a covid-19 fez 1.103 consultas por telefone. A procura ainda é avaliada como baixa, mas já foi suficiente para reduzir em 58% a procura pelas unidades de pronto-atendimento de Campo Grande.

De acordo com a Eliana Dalla Nora Franco, superintendente de Relações Institucionais da Sesau, o contagio pela doença predomina entre os questionamentos de quem procura pelo serviço. “As pessoas estão bastante carentes de ficar conversando mesmo. Elas ficam preocupadas se pegaram realmente o coronavírus. São dúvidas em relação aos sintomas. Preocupação em relação a própria saúde”, ressalta.

A maior dos casos , segundo ela, envolve sintomas leves, como coriza, tosse e febre baixa. “Nestes casos, passamos ele para o médico. A teleconsulta acompanha esse paciente. Quanto está com os sintomas. Ligamos 8h depois para ver se eles persistem ou se piorou. Neste caso, ele é orientado a ir uma unidade de saúde mais próxima”, afirmou.

As informações sobre o teleatendimento são registras e somadas a dados já existentes do Sisreg (Sistema de Regulação), onde há histórico de cada paciente, endereço e unidades de saúde mais próximas.

Funcionando desde o dia 30 de março, o serviço teve momentos de pico onde o paciente chegou a esperar cerca de 30 minutos para atendimento médico.

 “A impressão que temos é de que os campo-grandenses estão sensibilizados. Os que nos procuram, nos falam da importância do isolamento. Querem conversar muito. Fica uma angustia. Depois do atendimento notamos que eles ficam mais tranquilos”, relatou Liliana.

Mato Grosso do Sul já registra 100 casos confirmados da doença. A maioria, 51, foi registrada em Campo Grande

Atendente esclarecejm dúvidas e se necessário, transferem para médico (Foto: Henrique Kawaminami)
Atendente esclarecejm dúvidas e se necessário, transferem para médico (Foto: Henrique Kawaminami)

Como funciona - Quem liga no 2020-2170 primeiro vai escutar uma gravação com informações gerais sobre a doença.

Depois a chamada cai em um dos funcionários da regulação que ouvem o paciente e avaliam se é preciso transferir para um dos médicos ou se conseguem ajudar quem está na linha, já que muita gente quer apenas informações sobre o covid-19.

Quando os médicos assumem a ligação, fazem uma espécie de entrevista sobre os sintomas para descartar casos de gripe comum ou até mesmo outras doenças. Se for necessário, orientam o paciente a tomar algum medicamento para aliviar os sintomas.

Se o problema for grave, os profissionais dizem onde que a pessoa deve ir: se para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), hospital ou unidade básica.

Mesmo quem é orientado a ficar em casa vai receber ligações dos atendentes com frequência que exige a gravidade. Para casos que demandam mais cuidados, alguém entrará em contato a cada 12 horas. Se a situação não for delicada, pode haver um retorno por dia ou até a cada dois dias.

O principal objetivo é evitar que pessoas contaminadas e que podem cumprir a quarentena em casa espalhem o coronavírus pela cidade ao se deslocar para um posto, por exemplo. A medida reduz o contágio.

O serviço conta com 80 profissionais. A escala diária é composta por 22 servidores, sendo oito administrativos, seis profissionais de nível superior e oito médicos. O horário de atendimento é das 6h às 0h, podendo ser ampliado ou reduzido de acordo com a demanda. Os profissionais serão divididos em três e equipes que se revezarão em turnos de 6 horas.

Apesar de ter sido criado especialmente para atender a demanda causada pela pandemia do novo coronavírus, o serviço poderá ser expandido para o suporte de outras demandas posteriormente.

Para dúvidas, esclarecimentos e outras informações a respeito dos regramentos a prefeitura estará atendendo através do Tridigito 156. Em caso de denúncias de desrespeito às normas e regulamentações os usuários devem entrar em contato com a Ouvidoria do SUS, pelo telefone 3314-9955.

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