Demora na entrega de remédio agrava convulsões em criança com doença
O policial Fabrício Silveira Pinto, 42 anos, lamenta a demora de mais de três meses pela Justiça para a entrega do remédio à base de canabidiol (que inclui a maconha), que sua filha de 8 anos necessita tomar devido a síndrome de Lennox, também conhecida como síndrome de West que custa R$ 199 cada ampola.
A família mora no interior do Estado, em Fátima do Sul, e a criança começou a apresentar os sintomas da doença quando estava com dois anos de idade, hoje com 8 anos ela se encontra em estado vegetativo e com a falta do remédio vem agravando as crises de convulsões que são frequentes todas as noites.
A doença faz com que o paciente apresente convulsões semelhantes a uma epilepsia. Cerca de 90% dos espasmos infantis começam em crianças menores de 12 meses e o pico de início é entre quatro e seis meses de idade.
Há três meses, o número de convulsões não era frequente. Hoje, o quadro da criança se agravou e a família recorreu à imprensa devido a demora da Justiça. Após a compra dos remédios à base de canabidiol, o tratamento será feito em Campo em Grande.
"Após a imprensa divulgar o caso, conseguimos (no dia 29) que fosse depositado mesmo com atraso o valor para a compra do remédio na conta de nossa advogada. O que mais desejamos é que a nossa filha volte a ter uma vida melhor e sem estas crises", desabafou o pai.
O remédio apresenta a concentração de 18% de canabidiol e o médico da criança receitou 12 ampolas, o que vai custar em torno de R$ 8 mil, por esta razão o pai recorreu à Justiça, já que segundo ele a prefeitura do município não deu apoio algum ao caso.
Doença - Síndrome de Lennox-Gastaut (SLG) ou encefalopatia epilética da infância é uma síndrome epilética pediátrica devastadora que constitui 1% a 4% das epilepsias da infância.
Canabidiol - O canabidiol não tem efeito psicoativo nem causa dependência. Pesquisadores afirmam que a substância tem efeitos positivos no tratamento de pacientes com autismo, esclerose múltipla, dores neuropáticas, câncer, epilepsia, mal de Parkinson, entre outras doenças neurológicas.
A Anvisa aprovou em janeiro deste ano a exclusão do canabidiol, substância presente folha da Cannabis Sativa, a planta da maconha, da lista de substâncias proibidas e o reclassificou como medicamento.