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Cidades

Governo também vai investigar administração de “banco fantasma”

Atuação Crediquali e suposto uso de recursos por dirigentes da instituição e da Funtrab está sob apuração

Marta Ferreira | 28/09/2018 16:15
Instituição funcionava dentro da Funtrab; governo determinou apuração sobre eventuais prejuízos. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Instituição funcionava dentro da Funtrab; governo determinou apuração sobre eventuais prejuízos. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

O governo do Estado informou na tarde desta sexta-feira (28) que determinou à Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul) e à CGE (Controladoria-Geral do Estado) que apurem se houve ocorrência de prejuízo ao erário causado pela Microcrédito Crediquali, alvo de operação da Polícia Federal sobre suposto uso irregular de recursos da instituição, antes conhecida como Banco Cidadão.

Pela manhã, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um de sequestro de veículo de pessoas ligadas à Crediquali. A apuração verifica se, entre o primeiro semestre de 2016 ao primeiro de 2017, recursos da instituição foram usados indevidamente para a aquisição de bens privados e pagamentos de despesas particulares de seus ex-dirigentes e membros do conselho deliberativo da Funtrab, à época presidida por Wilton Acosta, candidato a deputado federal pelo PRB.

Em nota, o governo estadual informou que a Crediquali é uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) sem vínculo administrativo formal com o Estado, “apesar de ter ocupado as dependências físicas” da Funtrab até 2015, “quando foi solicitada a deixar o local, no início do Governo de Reinaldo Azambuja”.

A Oscip, prossegue o comunicado, não recebeu aportes de recursos do governo neste anos, sobrevivendo “da gestão de ativos captados em governos anteriores”, não havendo domínio da atual gestão estadual sobre atos da instituição. Mesmo assim, decidiu-se pela realização da operação e, em caso de confirmação de que houve prejuízo ao erário, que se tomem “as medidas cabíveis para eventual responsabilização e ressarcimento”.

Imóvel no Jardim dos Estados também foi alvo de ação da PF. (Foto: Henrique Kawaminami)
Imóvel no Jardim dos Estados também foi alvo de ação da PF. (Foto: Henrique Kawaminami)

Apuração – Um dos alvos da operação, pela manhã, foi a casa de Acosta, no Parque dos Poderes. O advogado Luiz Carlos de Oliveira Bueno afirma que nada foi levado do local e que seu cliente já prestou esclarecimentos à Promotoria. Um imóvel na rua da Paz, no Jardim dos Estados, também foi vistoriado.

O Crediquali funcionava na sede da Funtrab, na rua 13 de Maio, onde havia uma funcionária da instituição. Ela também teria relação com outra empresa na rua 15 de Novembro, do ramo de operação de crédito. Em agosto, reportagem do Campo Grande News apontou que a instituição não tinha recursos desde o fim de 2017 –enquanto atuou, emprestava valores de R$ 1 mil a R$ 10 mil a pequenos empreendedores a juros baixos.

A Funtrab também era palco de relações familiares e com o PRB, de Acosta, que saiu do comando do órgão público em abril para disputar as eleições. Após seu desligamento, familiares e apadrinhados foram exonerados –com a troca de comando na entidade, também foi anunciada uma auditoria.

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