Centenas pedem demissão da Usina Naviraí
Empresa teve que pagar R$ 1,4 milhão em verbas rescisórias.
Com intermédio do MPT (Ministério Público do Trabalho), 438 trabalhadores da Usina Naviraí tiveram os contratos de trabalho rescindidos na sexta-feira, na sede do Cooperclube, e 365 retornaram para as suas cidades de origem. A informação foi divulgada hoje pela assessoria de comunicação do MPT.
Segundo o procurador Jeferson Pereira, o clima era de “intenso descontentamento” entre os trabalhadores, receosos de receberem menos que o devido, em razão do cálculo da média da produção.
Primeiro, os trabalhadores foram trazidos em dez ônibus fretados pela empresa para sede do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), em Campo Grande, para receberem as guias do seguro-desemprego.
Com essas guias, os trabalhadores garantiram o benefício, independentemente do tempo de serviço prestado à usina.
De Campo Grande, os ônibus com os trabalhadores seguiram para Minas Gerais e estados da região Nordeste.
As rescisões foram feitas após a descoberta que 800 trabalhadores (542 de Minas Gerais e de estados do Nordeste e 285 indígenas) estavam em situação degradante na Usina Naviraí.
Em assembleia realizada no alojamento da Usina, na semana passada, 438 trabalhadores decidiram rescindir o contrato de trabalho - após receberem a informação de que teriam as despesas de transporte e alimentação pagas pela Usina, assim como todas as verbas rescisórias, como se fossem dispensados sem justa causa. Desse montante, 73 são indígenas e permaneceram em Mato Grosso do Sul.
A usina teve que desembolsar R$ 1,4 milhão para pagamento das verbas rescisórias e, aproximadamente, R$ 100 mil com transporte.
Para os trabalhadores que ficaram na Usina Naviraí, a empresa terá que pagar um abono de R$ 500 no final da safra, conforme pactuado com o sindicato.
Ainda conforme o MPT, a empresa também se comprometeu a dar preferência à admissão de trabalhadores da região e indígenas para substituir os trabalhadores dispensados.